Palmeiras perde versatilidade, embalo e liderança no Brasileirão

Com duas derrotas consecutivas, Verdão deixa a primeira colocação da competição nacional após oito rodadas. Setor de criação vive período de pouca criatividade

Time lembra o goleiro Prass, cortado da Seleção e fora da temporada (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)



Lembra o Palmeiras do começo do Campeonato Brasileiro, que rendeu elogios pela velocidade no ataque, a versatilidade do meio de campo e a segurança defensiva? Então... Tudo isso faltou ao Verdão nos 3 a 1 para o Botafogo, no domingo, no Rio de Janeiro, na partida que vez o time de Cuca perder a primeira colocação da competição nacional após oito rodadas consecutivas na liderança.



Pelo segundo jogo consecutivo, os palmeirenses tiveram uma apresentação bem abaixo para um time candidato ao título brasileiro. Depois do tropeço em casa contra o Atlético-MG, na semana passada, o Verdão voltou a apresentar erros coletivos e nenhum destaque individual, agora contra os cariocas.

Uma das grandes armas ofensivas do Palmeiras no início do campeonato era a arrancada de Róger Guedes pela direita. Contra o Botafogo, porém, foi numa tentativa dessas que tudo começou a dar errado. No primeiro tempo, o atacante tentou arrancar entre três adversários em uma tentativa frustrada de contra-ataque, no meio de campo, o que acabou originando o primeiro gol de Neílton.



Sem Tchê Tchê, suspenso, o Palmeiras ganhou o retorno e Moisés contra o Botafogo. Na prática, o setor de meio de campo voltou a ser problema na ligação com o ataque, principalmente por mais uma atuação apagada de Cleiton Xavier. Moisés participou bastante do jogo, procurou ser a ligação entre defesa e ataque e tentou alguns chutes de fora da área. Mas o que atrapalhou a produção palmeirense foi a pouca participação dos pontas Erik e Róger Guedes.



Com Dudu no banco, Cuca apostou em uma formação com Leandro Pereira centralizado. Na esquerda, Erik teve problema para acompanhar a marcação do ataque botafoguense e criar ao mesmo tempo. Depois do intervalo, quando atuou mais centralizado e próximo ao gol, passou a ser mais efetivo para a equipe – acertou o travessão e fez o gol do Verdão, quando o jogo já estava 2 a 0 para o adversário.



Sem Cleiton Xavier e Róger Guedes, Palmeiras voltou para o segundo tempo com Rafael Marques e Dudu. As alterações não surtiram efeito nenhum ao Verdão, que até tentou uma pressão nos primeiros minutos, mas depois acabou sendo superado pelo bom desempenho defensivo do Botafogo.



Reserva, Dudu atuou centralizado, na tentativa de ser um armador, e pouco inspirado. Somente os erros em sequência em cobranças de falta e escanteio chamaram a atenção. Problema este, aliás, que vem sendo cometido por toda a equipe nas últimas rodadas – nem as cobranças de lateral de Moisés têm funcionado.



A velocidade e leveza apresentadas pelo Palmeiras nas primeiras rodadas do Brasileirão foram substituídas por um time pesado, estático e com pouca vibração – a dificuldade da equipe na saída de bola e a falta de inspiração na criação ofensiva.



Com duas derrotas nas últimas duas partidas, o Palmeiras perdeu embalo no Brasileirão e, consequentemente, viu os rivais Corinthians e Santos o superarem na tabela de classificação. O Verdão tem 32 pontos, um a menos que o time de Cristóvão Borges e empatado com o Peixe - o time da Baixada leva vantagem no saldo de gols.



A duas rodadas do fim do primeiro turno, os palmeirenses já colocaram como objetivo recuperar a liderança do Brasileirão nos próximos dois jogos. Mais importante que isso é voltar a ter uma atuação imponente, que dê confiança aos atletas e acalme a exigente torcida palmeirense. Neste momento da temporada, falta ao Verdão aquele futebol de candidato ao título nacional.



Os próximos adversários serão Chapecoense, fora, e Vitória, em casa. Semana importante para o Palmeiras dar uma resposta no seu primeiro momento de questionamento no campeonato e mostrar a força que antes encantou os torcedores.