Ronaldo é contra os vândalos mascarados nos protestos (Foto: Nelson Almeida/AFP)
Membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, Ronaldo é a favor das manifestações da população brasileira, que nos últimos meses tem criticado a corrupção e os gastos com as obras para o Mundial. Sabatinado pela Folha de S. Paulo nesta quinta-feira, no Teatro Folha, na capital paulista, o ex-jogador exaltou a importância dos protestos, mas fez questão de criticar duramente os "vândalos mascarados".
- O povo brasileiro acordou e está exigindo melhoria em todos os setores. O Brasil acordou junto, mas ninguém sabe ainda ao certo como protestar, como fazer. São muitas opiniões soltas por aí. Os protestos são válidos, mas vamos separar os vândalos disso tudo. Tem que baixar o cacete neles (vândalos), todos eles precisam ser presos. Aprovo apenas as manifestações sem violência - declarou.
Apesar de elogiar as manifestações públicas, Ronaldo não vê protestando nas ruas. Ele prefere fazer cobranças com declarações.
- Na rua fica muito difícil, até porque vou causar mais tumulto. Eu protesto do meu jeito, faço barulho com as minhas declarações - explicou.
- Estou levando muita porrada sem merecer, estou sendo chamado de imbecil. São dois anos levando porrada, levando uma porrada que não é para mim. Eu não roubei ninguém. Eu ganhei dinheiro jogando futebol, quebrando meus joelhos. Não posso ficar levando porrada sem ter culpa. A culpa não é minha se não temos hospitais decentes, se não temos obras de infraestrutura - complementou.
Na semana passada, em entrevista à Reuters, Ronaldo declarou se sentir envergonhado com os atrasos e dificuldades do país nos preparativos para a Copa do Mundo. Abordado sobre o assunto, o Fenômeno fez novas críticas.
- Quando entrei no COL, entrei porque acreditava que a Copa do Mundo fosse uma grande oportunidade de investimento para o país. O Brasil está deixando de aproveitar a oportunidade. Essa é a minha vergonha - rebateu.
- A minha vergonha, assim como de toda a população, é ver a falta de investimento, a falta de legado. As reformas nos aeroportos, a melhoria na mobilidade urbana, enfim, tudo o que foi prometido não será entregue. 30% do que foi prometido não será entregue. Essa é a minha indignação, essa é a minha vergonha - finalizou.
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