Rafael Arbex/Estadão
ESTADÃO - O que aconteceu para você nem ter sido relacionado para os últimos jogos?
JUNINHO - Eu vinha com uma dor no adutor durante o Paulista e virou inflamação. Então conversei com o Alberto (Valentim, técnico interino) e pedi um descanso para me recuperar. Se fosse preciso jogar, jogaria no sacrifício. Ele entendeu e me deu um tempo para me cuidar. A ideia era eu voltar depois de estar recuperado, mas o William Matheus entrou e ficou. Ele é uma excelente pessoa e merece essa sequência.
ESTADÃO - Então chegou ao fim o seu ciclo no Palmeiras?
JUNINHO - (Pausa em silêncio) Faz uns dias que a gente já estava conversando sobre meu contrato. O Palmeiras me procurou para renovar e não entramos em acordo. Por isso, pedi para não jogar e não completar os sete jogos. Isso impediria de atuar em outro clube no Brasil (ele fez cinco jogos no Brasileiro).
ESTADÃO - Já tem futuro definido?
JUNINHO - Na parada da Copa, vou procurar algo para mim. Eu sei que não vou renovar, por isso acho que chegou a hora de sair. Está tudo bem. Eles entendem o meu lado e eu entendo o deles.
ESTADÃO - Como avalia sua passagem pelo clube?
JUNINHO - Tenho muito orgulho de tudo que aconteceu comigo. Cheguei ao Palmeiras com a lateral questionada e como uma aposta e dei conta do recado. Eu era um garoto, que nunca tinha jogado em time grande. Cheguei, fui muito feliz, fiz um grande Paulista, fui campeão da Copa do Brasil e depois fomos rebaixados. Acho que amadureci muito e jogar a Série B inteira sendo questionado foi complicado, mas dei a voltar por cima. Fiz um bom campeonato paulista nesse ano.
ESTADÃO - Qual sentimento nesse adeus?
JUNINHO - Fui do céu ao inferno no Palmeiras. Jogar aqui é complicado. Tenho muito que agradecer ao Palmeiras por tudo que passei. São dois anos e meio de superação e valeu por todos os momentos que vivi. Acho que nunca vou passar o que passei aqui em outros clubes.
ESTADÃO - Nos últimos anos, você foi um dos titulares mais criticados pela torcida. Como lidar com isso?
JUNINHO - A torcida do Palmeiras é muito exigente. Sempre tentei fazer o melhor para o time, ajudar o grupo e não jogar para a torcida. Quando cheguei, até gritavam o meu nome nos jogos. A verdade é que quem ficou após o rebaixamento carregou uma carga maior. Posso não ter sido o melhor lateral da história do Palmeiras, mas fiz o meu melhor. Isso posso garantir.
ESTADÃO - Sua intenção é jogar no futebol europeu ou continuar no Brasil?
JUNINHO - Meu empresário (o ex-volante Bernardo) está trabalhando nisso. Como meu contrato termina em dezembro, é mais fácil sair agora. Tenho vontade de jogar fora e acho que o momento é agora, mas ainda não tenho nada definido. Pode até ser que eu fique no Palmeiras para terminar o contrato, mas a chance é pequena. A intenção é tentar algo fora ou no Brasil, por isso não quis completar o sétimo jogo.
ESTADÃO - Jogaria em um rival?
JUNINHO - Futebol está flexível. O Jadson e o Pato trocaram de clubes e o Alan Kardec foi para o São Paulo. Se for um bom negócio para mim e para minha família, posso ir. Mas meus objetivos são outros.
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