Encerrada a primeira fase da Copa do Mundo de 2014, o Terra avaliou como foi o desenrolar da organização da Fifa e dos municípios que sediaram partidas da competição. Estádios, acesso e segurança foram observados pelos repórteres que acompanharam os jogos e apontaram problemas encontrados para o público que compareceu às arenas de todo o País. Você pode conferir abaixo o que deu e não deu certo na primeira parte do Mundial e a justificativa dos responsáveis pelas falhas observadas.
Um dos últimos estádios a ficar pronto para o Mundial, a nova casa do Corinthians foi uma das sedes que mais apresentaram problemas nos quatro jogos que recebeu até o momento.
Elogiada pelo acesso de metrô e trem, a Arena deixou a desejar no quesito serviços e também em questões estruturais, especialmente para o trabalho da imprensa. Para o público comum, revendedores credenciados do lado de fora da praça esportiva cobravam mais caro por bebidas do que o preço praticado nas lanchonetes e arquibancadas. Cerveja e água custavam R$ 7 e R$ 5, respectivamente, enquanto o valor oficial era R$ 5 e R$ 4.
Os torcedores também sofreram com longas filas nas lanchonetes do estádio, que fizeram pessoas perderem até cinco minutos do segundo tempo na espera para comprar comida na abertura da Copa, por exemplo (jogo Brasil x Croácia). Ainda houve reclamações de falta de alimentos.
Durante o primeiro jogo da competição no estádio, aliás, uma pane elétrica fez com que parte dos refletores apagasse, mas estes foram reestabelecidos minutos depois e não interferiram no andamento do duelo entre Brasil e Croácia.
A organização do centro de mídia para o trabalho da imprensa internacional foi a que apresentou maiores problemas dentre todas as sedes da Copa. A rede de internet apresentou bastante instabilidade, ao contrário de outros lugares, em mais de uma ocasião; o ar condicionado foi desligado; a disposição da sala de imprensa (primeiro andar) e da tribuna (nono) foi alvo de críticas por dificultar a movimentação de jornalistas.
Apenas um dos elevadores para transportar os profissionais de mídia esteve em funcionamento na maior parte do tempo, geralmente lotados, além de terem chegado a travar enquanto transportava as pessoas de um andar ao outro. A situação forçou a subida de oito andares a pé com todo o equipamento de trabalho.
Palco da final da Copa do Mundo do Brasil no próximo dia 13 de julho, o Maracanã foi o que apresentou maiores problemas de segurança nesta fase inicial da competição. Nas partidas do Chile e da Argentina houve invasão de torcedores que não tinham ingressos.
O caso mais extremo foi o dos chilenos, que não foram contidos pela segurança e provocaram quebra-quebra dentro do estádio no jogo contra a Espanha, derrubando acidentalmente uma parede que separava um corredor da sala de imprensa.
No jogo da Argentina, torcedores reclamaram que seus ingressos foram furtados dentro da área da Fifa, provavelmente por outros torcedores sem entradas que adentraram o perímetro exclusivo aos que tinham comprado.
Argentinos também invadiram o Maracanã, sem terem ingresso.
No dia de 22 junho, quando foi realizado o jogo entre Bélgica e Rússia, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu dois ingleses tentando vender ilegalmente 30 ingressos para a Copa do Mundo em uma ação para reprimir o comércio ilegal de entradas do Mundial.
Em Argentina x Irã no estádio mineiro também houve relatos de furtos de entradas dentro do perímetro no qual apenas torcedores com ingressos podiam estar. No mesmo dia a segurança se omitiu ao presenciar discussões ásperas entre brasileiros e argentinos nas arquibancadas.
Nos arredores do Mineirão, cambistas vendiam ingressos para esta partida cobrando até R$ 2 mil, situação que também ocorreu antes do confronto entre Bélgica e Argélia, quando muitas pessoas - cambistas e torcedores - tentavam negociar entradas para a partida.
Em Belo Horizonte, na véspera do jogo da Argentina, torcedores da seleção albiceleste confrontaram brasileiros pelas ruas, com direito a garrafas jogadas e intervenção policial para separarar o conflito.
O trânsito para acessar o estádio também estava ruim, o que era de se esperar, mas não para o ônibus da Fifa que levou a imprensa ao local. Este também teve problemas para chegar ao Mineirão, apesar da passagem livre que deveria ser concedida a ele.
Segundo a Secopa local, o acesso ao Mineirão funcionou conforme o esperado por meio da operação especial de transporte coletivo.
A presença de policiais não intimidou vendedores ambulantes na Arena Castelão, que entraram na área exclusiva a credenciados e donos de ingressos para comercializar seus produtos não oficiais da Copa do Mundo.
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