Edílson deixou sua marca com a camisa amarela (Foto: Daniel Augusto Jr./LANCE!Press)
Com a experiência de quem ganhou a Copa de 2002 sob a batuta de Luiz Felipe Scolari, o baiano Edílson afirma que o discurso de exaltação ao Chile é parte da guerra psicológica proposta pelo atual treinador da Seleção.
Ao LANCE!Net, o Capetinha, que vai acompanhar o jogo no Mineirão, disse que o comandante quer equilibrar a batalha fora de campo, mas que o tom entre ele e seus comandados é de que a vitória diante dos chilenos é mais do que possível.
O ex-atacante, no entanto, prevê dias complicados para o país caso o Brasil tropece no rival sul-americano.
- O Brasil pode virar um caos - afirma.
Confira o bate papo com o campeão mundial:
Qual é o discurso que você acha que o Felipão está adotando internamente antes da partida contra o Chile?
O que ele não quer é que só o Brasil tenha essa responsabilidade de ter de ganhar o jogo, ele elogia o Chile para equilibrar o jogo psicologicamente. Mas internamente o discurso varia de grupo para grupo. Em alguns casos ele poderia ser mais direto, dizer 'vamos ganhar', enquanto em outros casos ele poderia jogar a responsabilidade para o adversário. Acho que ele fala isso para a imprensa, mas internamente ele fala que é muito possível ganhar do Chile.
Após três jogos na primeira fase, qual a sua avaliação particular do desempenho da Seleção?
Para ser campeã a equipe precisa estar equilibrada. Não dá para ter apenas um lá no alto e outrs muito abaixo. Vejo que o Neymar está sobrando em muitos aspectos, enquanto outros estão bem abaixo do nível. Não se ganha a Copa apenas com um, então é importante que todos estejam ao menos em um nível bom, o que não é o caso de Fred, Paulinho, Oscar, Daniel Alves e Hulk.
Você foi campeão mundial pelo Corinthians atuando em casa. Como avalia o peso de disputar uma competição internacional deste porte jogando diante de sua torcida? O jogador pode ter dificuldade em lidar com isso?
Não pesa nada, só pesa a favor! Chegar no estádio e ouvir a torcida cantando e gritando o seu nome só pode ser positivo, ao menos na minha avaliação. O Brasil vai pegar um grande adversário, mas estamos jogando em casa. É difícil, mas dá para passar.
E o que representaria uma queda logo nas oitavas de final?
Nem pense nisso. Se nós formos eliminados contra o Chile será ruim até para a nossa economia, e os críticos terão um prato cheio para dizer que os investimentos para a Copa estavam errados. Os protestos poderiam reaparecer com toda a força e o Brasil poderia virar um caos.
E como seria para os jogadores conviver com este peso para o resto de suas carreiras?
Esses caras são todos bem sucedidos em seus clubes, eles todos voltarão para lá e ninguém ficaria aqui. Ninguém vai ficar aqui para carregar essa cruz, nenhum deles terá de conviver com a imprensa. O peso seria para nós aqui.
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