Maracanã lotado para Colômbia x Uruguai, pelas oitavas de final da Copa do Mundo
A Copa do Mundo deixou o Brasil mal-acostumado com todos os estádios lotados. Para quem está acostumado a ver o campeonato nacional tendo dificuldades para encher as suas casas, o maior evento do futebol foi um oásis no deserto de torcedores.
Agora, o desafio é grande: aumentar as médias de público e ocupação nos jogos dos torneios do país. A meta, porém, se mostra ousada. Afinal, as duas estatísticas estão bem aquém do que foi visto na Copa. Se comparado apenas o Campeonato Brasileiro com o Mundial, as diferenças são gritantes. Há muito trabalho pela frente.
Por exemplo: a Copa recebeu 3.429.873 espectadores em todos os seus 64 jogos, uma média de 53.592 por partida. Além disso, a taxa de ocupação dos estádios esteve em 98,3%, o que deixa a principal competição brasileira no chinelo.
Em 2013, o Brasileirão recebeu um total de aproximadamente 5.681.380 pessoas (considerando apenas aquelas que pagaram por ingresso). Mais do que o Mundial? Sim, porém com 300 partidas a mais.
Para se ter uma ideia, a média de público no último campeonato nacional foi de 14.951 por jogo - com 39% de ocupação dos estádios.
Em uma conta simples, para chegar ao número de espectadores do Mundial, a Série A precisou de 24 rodadas, com dez confrontos em cada uma, para ultrapassar tal marca: cerca de 3.588.240 pessoas. Ou seja, 240 jogos, 176 a mais do que na Copa.
A edição 2014 do Brasileirão, por enquanto, tem números piores do que sua antecessora com relação a torcedores: em nove rodadas, aproximadamente 1.125.360 pessoas foram aos estádios - média de 12.504 por jogo e com 34% de ocupação. Para alcançar o público total do Mundial, mantendo-se tal proporção, o Nacional precisaria de 27 ou 28 rodadas, ou até 280 partidas, 216 a mais do que na "Copa das Copas".
Como comparação, a Bundesliga teve média de 43.500 pessoas por jogo nos estádios na última temporada. Para alcançar o número de espectadores da Copa do Mundo no Brasil, o Campeonato Alemão precisaria de 79 partidas, apenas 15 a mais do que no principal torneio de seleções do planeta.
A tendência, porém, é que o público dos duelos do Brasileirão melhore.
Afinal, Atlético-PR e Internacional, por exemplo, poderão finalmente atuar em suas casas (Arena da Baixada e Beira-Rio) após serem itinerantes; o São Paulo deve ter mais público com o atrativo do retorno de Kaká; dois dos líderes, Cruzeiro e Corinthians possuem as melhores médias do torneio...
Mas há muito pela frente para atrair torcedores e melhorar a taxa de ocupação. Um melhor futebol, com a revolução propagada depois do vexame brasileiro na Copa do Mundo em casa, pode ser o pontapé inicial para isso.
3636 visitas - Fonte: ESPN