A Arena Palestra vai ficar pronta no fim de junho e a inauguração será em agosto, de preferência em uma data bem próxima a 26 de agosto, quando o Palmeiras completa 100 anos. E tudo isso com um jogo de futebol. Não há nada nem ninguém que tire essa ideia da cabeça de executivos da WTorre, a construtora do estádio, e da AEG, empresa norte-americana responsável pela gestão da casa palmeirense.
Mas, se tudo estará pronto em junho, por que não inaugurar no mesmo mês? A ideia é usar o período entre o fim das obras e a festa de abertura para fazer testes, conseguir liberações e deixar tudo "redondo" para que em agosto a estreia seja perfeita. Para reforçar a ideia dos executivos ouvidos pelo UOL Esporte, o fim das obras será justamente quando a Copa do Mundo estiver em andamento.
Não faz sentido, do ponto de vista de mercado e marketing, lançar uma arena multiuso com custo de mais de R$ 500 milhões, com diversos parceiros internacionais, durante a maior competição de futebol do mundo. A Arena Palestra correria o risco de ficar escondida, sem contar a dificuldade que seria para achar um time de alto nível para fazer o jogo de abertura com todas as suas estrelas disponíveis.
Esse, aliás, é outro ponto que os representantes da WTorre e da AEG fazem questão de reforçar. Não há a ideia de que a abertura do estádio fique marcada apenas por um show. Apesar de poder – e querer – lucrar muito com eventos que vão além do "bola-campo", os parceiros querem mostrar que a casa é feita para os palmeirenses gritarem gol. O que poderia mudar os planos é o calendário brasileiro, mas, ainda assim, haverá esforço para que o evento inaugural seja com bola rolando.
As empresas já trabalham com shows agendados para setembro. Ainda não há nenhum contrato assinado, mas isso não deve demorar a acontecer. Vale lembrar que a banda inglesa One Direction chegou a ser anunciada como atração para os dias 10 e 11 de maio na arena palmeirense, mas o show foi transferido para o Morumbi.
O pensamento do Palmeiras em relação à abertura de sua casa não é o mesmo de seus parceiros. Em entrevista dada ao jornal "Lance!", o presidente Paulo Nobre afirmou que teme ver sua equipe sem casa durante o ano do centenário. Na ocasião, o dirigente disse que a sua expectativa não era das melhores em relação ao prazo de entrega e que o importante era que a Arena fosse entregue com tudo previsto em contrato.
Por que tamanha diferença de pensamento? A WTorre não faz mais questão de esconder que seu relacionamento com o Palmeiras não é dos melhores. Uma briga que só deve acabar na arbitragem que decidirá quem está certo em relação à interpretação do contrato e da escritura. Quantas cadeiras cada parte poderá comercializar? Nobre tem certeza de que esta batalha ele já ganhou e que a construtora venderá apenas 10 mil dos cerca de 45 mil espaços disponíveis no estádio.
Por meio de sua assessoria, o Palmeiras afirmou que a "diretoria não comentará as indagações do UOL".
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