De office boy a "Sr. Palmeiras": Galeano revive trajetória no Verdão

5/8/2014 08:03

De office boy a "Sr. Palmeiras": Galeano revive trajetória no Verdão

Às vésperas do centenário do clube, ex-volante lembra com carinho do gol sobre o Corinthians na Libertadores de 2000: "Passei a ser reconhecido como ídolo.

De office boy a

Os 474 jogos com a camisa do Verdão fazem de Galeano o 11º atleta que mais vezes atuou pelo clube em 100 anos de história. Não à toa, ganhou o apelido de "Senhor Palmeiras". Mas foi a partida do dia 6 de junho de 2000 que colocou definitivamente o volante na galeria dos maiores ídolos da torcida alviverde.



Depois de uma derrota por 4 a 3 na primeira partida das semifinais da Taça Libertadores da América daquele ano, o Verdão entrou em campo pressionado a vencer o Corinthians para manter vivo o sonho do bicampeonato continental.



Euller até colocou os palmeirenses em vantagem na primeira etapa - resultado que levaria a decisão para os pênaltis -, mas o Timão virou o marcador com dois gols de Luizão, nos descontos do primeiro tempo e logo na primeira jogada da segunda etapa.



Foi aí que a estrela de um ex-office boy palmeirense fanático na infância, que havia chegado ao Verdão na década de 1980, começou a brilhar mais forte.



Depois do gol de empate, marcado por Alex, veio a consagração. Aos 26 minutos do segundo tempo, uma cobrança de falta não somente levou a decisão para as disputas de pênalti como fez uma importante alteração na vida de Galeano: tirou o volante da lista dos questionados e o eternizou entre os grandes ídolos da torcida alviverde.



– Antes existia muita cobrança. Não diria dúvida, mas faltava alguma coisa a mais para eu ser reconhecido como ídolo. Ali eu coloquei meu nome na história do clube. Foi o gol mais importante da minha carreira, que me consagrou no Palmeiras.



Não conquistamos o título na final, mas para o torcedor ali já foi uma conquista. Tanto é que sou lembrado por esse gol até hoje. Aonde eu vou até hoje, pode ser corintiano ou palmeirense, todo mundo fala desse gol – diz o ex-volante, que subiu para o profissional em 1989 e se despediu do Verdão em 2002.





Galeano, o Sr. Palmeiras, revive sua trajetória no clube (Foto: Sergio Gandolphi)



Como qualquer equipe de Luiz Felipe Scolari, a bola parada era um ponto forte do Palmeiras naquela temporada. Além da qualidade, a equipe contava também com a sorte para decidir lances importantes, como o que ocorreu naquele cruzamento de Alex que originou o terceiro gol alviverde e recolocou a equipe em vantagem no marcador.



De acordo com Galeano, a falta surpreendeu até aos palmeirenses, já que o camisa 10 costumava levantar a bola em direção a marca de pênalti. A bola baixa na segunda trave, ou como disse o ex-volante, "o erro ensaiado", pegou a defesa do Corinthians de surpresa.



– Eu diria que o Alex errou a cobrança (risos). Nós treinávamos muito a batida na direção da marca de pênalti. E ele atrasou um pouco a cobrança. Um pessoal entrou no primeiro pau, mas a bola veio baixa e acabei enganando o Adilson.



Eu fui para frente e voltei quando vi que o Alex errou a batida, e fiquei de frente esperando a bola. Ela veio baixa, quicando dentro da área, e consegui chegar quase que disputando com o Dida. Eu fui feliz na cabeçada. Muitos falam que eu fechei o olho e ajoelhei (risos), mas foi consciente – garante.



– O Alex era o nosso cobrador oficial, ele batia muito bem na bola. Era para ser. Eu estava no lugar certo e na hora certa – completa.



Com um estilo de jogo voluntarioso e de muita dedicação, Galeano ganhou o apelido de "Guerreiro do Verdão". A falta de técnica em algumas jogadas sempre foi compensada com um espírito de luta que contagiava a arquibancada do antigo estádio Palestra Italia.





Galeano e Luiz Felipe Scolari, em treino do Palmeiras no fim dos anos 90 (Foto: Agência Estado)



Mas o reconhecimento demorou a surgir. Depois de subir com o técnico Emerson Leão para o profissional, em 1989, o ex-volante sentiu na pele a ira dos palmeirenses, principalmente pelo fato de o clube viver um incomodo jejum de títulos.



– Quando estreei, era tudo alegria e novidade. Estava muito empolgado, mas não conseguimos o objetivo no final do ano, que era conquistar o título.



A partir de 1990 que eu me fixei como profissional e senti na pele o que era essa falta de titulo. Principalmente o prata da casa. O Palmeiras sempre contratava grandes jogadores, mas no fim a culpa era sempre de quem estava começando – conta.





Galeano trabalhou com Felipão na última passagem do técnico pelo Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli)



Após alguns empréstimos, Galeano retornou ao clube em 1996 e não saiu mais do plantel. Até 2002, conquistou títulos importantes como o Paulistão, a Copa do Brasil, o Torneio Rio-São Paulo, a Copa Mercosul e a Taça Libertadores da América que serviram para, além de colocar seu nome na história do clube, realizar um sonho de garoto.



– Eu sou um privilegiado porque sempre torci pelo Palmeiras desde criança, influenciado pelo meu avô. Sou um privilegiado de poder ser torcedor na infância, e na adolescência começar no clube do coração. Fiz uma carreira bonita, marcante e vencedora. No inicio tudo é difícil, mas com trabalho, perseverança e dedicação consegui superar muitos obstáculos aqui dentro – afirma.



– Tudo o que eu tenho hoje e conquistei eu devo ao Palmeiras. Foi com muito trabalho e honestidade. O clube me abriu as portas para ser um grande profissional. Eu já trabalhava na época, é difícil um jogador vir de uma condição boa, mas sempre tive um apoio muito grande dos meus pais.



O Palmeiras me abriu as portas e me deu toda condição de ser profissional e um cara honesto. Até os últimos dias da minha vida vou ser grato ao clube – completa.







7563 visitas - Fonte: Ge

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