Torcida do Palmeiras foi escoltada por 500 policiais contra o Timão (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
O preço da segurança nos estádios de São Paulo teve um aumento considerável para o bolso dos clubes paulistas.
O jornal "Folha de S.Paulo" trouxe, em sua edição desta terça-feira, que o valor gasto com cada policial aumentou 520%, através de uma lei assinada pelo Governador Geraldo Alckmin em dezembro do ano passado.
Atualmente, cada PM destacado para trabalhar em uma partida recebe R$ 30,21 por hora, antes o valor era de R$ 29,05 pelo período de seis horas.
Times como o Palmeiras hoje gastam 22% da arrecadação de uma partida com segurança, enquanto até o ano passado não passava de 3%. Além disso, o número de agentes designados para trabalhar em um jogo é decidido pela Secretaria Estadual de Segurança Pública.
De acordo com o levantamento do jornal, mesmo com o Brasileirão ainda na 14ª rodada, São Paulo e Corinthians já gastaram mais com segurança em 2014 do que na competição inteira do ano passado.
Em 2013, o Tricolor Paulista usou R$ 91.445,77 dos seus cofres para garantir a paz em 19 partidas da Série A, valor inferior ao gasto em apenas dois jogos como mandante neste ano.
Contra Criciúma e Vitória, partidas de pouco risco, o clube gastou R$ 100.146,15.
O Corinthians, apenas no clássico contra o Palmeiras, superou todo o valor gasto com o Brasileiro de 2013. No primeiro jogo contra o rival na sua Arena, o Alvinegro precisou de 500 policiais para fazer dos mil torcedores rivais.
Foram R$ 123.287,01 neste duelo, contra R$ 100.930,13 nos 19 duelos pela competição no ano passado. Mesmo assim, 258 cadeiras foram quebradas no estádio.
Para o comentarista Lédio Carmona, apesar da Polícia Militar ser um órgão público, o valor se deve ao fato de ser um serviço de risco e importância para os torcedores que vão aos estádios. O jornalista lamenta o alto custo gasto com segurança, mas diz que tudo isso é culpa da violência da sociedade.
- A polícia faz o papel dela. É um serviço público, mas um serviço de risco, pesado, que poderia ser desnecessário se a gente vivesse em uma sociedade saudável, descente e sadia. Se ela tem esses valores é pelo fato de ela ter uma base de cálculo.
O que pesa é a responsabilidade que carrega com essa missão.
Não adianta que a gente queira que isso seja feito pelos seguranças da Copa do Mundo. Copa do Mundo é uma coisa, Campeonato Brasileiro é outra coisa. Famílias vão aos jogos da Copa do Mundo.
Jogo de Brasileiro, principalmente entre jogos de times da mesma cidade, é guerra. É o preço que vale, garantir a vida da população, garantir a segurança de quem se arrisca ir em um jogo de futebol e brigar com vagabundo. Custa caro, mas isso foi uma coisa que foi construída ao longo dos anos - disse ao "Redação SporTV".
O valor das partidas tem afetado também os clubes de menor expressão no estado.
Em Ribeirão Preto, o clássico entre Comercial e Botafogo-SP, válido pela Copa Paulista, precisou ser adiado pelo valor gasto com segurança.
Para o duelo seriam necessários 149 policiais, que gerariam um custo de aproximadamente R$ 27 mil.
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