100 anos de Palmeiras: Pai da Bola, Fiúme era um craque versátil e tímido

13/8/2014 08:00

100 anos de Palmeiras: Pai da Bola, Fiúme era um craque versátil e tímido

Waldemar Fiúme nunca se deslumbrou com sua rica história no Palmeiras: tinha mágoa do futebol, mas se orgulhava de duas coisas: do Verdão e da Copa Rio de 1951

100 anos de Palmeiras: Pai da Bola, Fiúme era um craque versátil e tímido

Waldemar Fiúme tem busto ao lado de Ademir da Guia e Junqueira, no Palestra. Marcos e Oberdan serão os próximos (Foto: Divulgação)



Waldemar Fiúme ganhou o apelido de Pai da Bola por sua grande qualidade nos gramados: jogou, bem, em todas as posições do meio-campo e defesa. Ganhou destaque como zagueiro, e acumulou 601 jogos com a camisa alviverde, representando tanto Palestra Itália quanto Palmeiras entre 1941 e 1958.



O quarto jogador que mais usou este uniforme e um dos três a ter sido eternizado em um busto nas alamedas do clube nunca se animou com a fama. Não gostava de falar sobre a carreira com a família, e demonstrava até mágoa do futebol. Ir ao clube depois de aposentado? Só quando era “arrastado” por um dos filhos.





(Recorte de jornal guardado pelo filho de Waldemar Fiúme)



– Meu pai era bem quietão, reservado. Para ir ao clube, tínhamos que que pegar pelo braço e falar: “pai, vamos ao Palmeiras”. Lá, o pessoal adorava ele. Andar era o mais difícil – contou Walter Fiúme, um dos quatro filhos de Waldemar, ao L!Net.

Pelo Alviverde, conquistou quatro vezes o Paulista, uma vez o Rio-São Paulo, e a Copa Rio de 1951, torneio que a Fifa anunciou que oficializará como Mundial de Clubes.



Com os filhos, há um grande livro, com recortes de jornais e lembranças da carreira. A relíquia foi criada e guardada por seu esposa, Maria Cardoso, falecida no começo deste ano. Entre os papéis, há um certificado entregue pela diretoria do clube à família em 2001 (Waldemar faleceu em 1996), comemorando os 50 anos do título da conquista da Copa Rio.



– Ele se considerava campeão do mundo. Tinha até uma joia que era para ser para os campeões da Copa do Mundo de 1950 (que o Brasil perdeu a final). Como a Seleção não foi campeã, eles deram ao Palmeiras campeão em 1951 – falou Walter.



Estas lembranças não motivavam Waldemar Fiúme. Para saber do passado do pai, seus filhos ouviam muitas conversas dele com Oberdan Cattani e Turcão, seus companheiros de Palmeiras.





(Mais uma recordação de um dos maiores ídolos da história do Palmeiras)



Sonhando seguir os passos do Pai da Bola, os dois filhos (há também duas filhas) até tentaram começar carreira no futebol. Mas nunca tiveram o apoio do palmeirense.



– Meu pai não apoiava, ele queria que estudássemos. Nunca nos levou para fazer testes, nada...dizia: “se quiser ir, vá sozinho“ – conta o filho.



Para Walter, a mágoa inexplicada do esporte serviu para Fiúme não encorajar os filhos a seguir a carreira. Um dos motivos de incômodo do ex-jogador foi não ter ido para a Seleção, mesmo sendo um dos destaques daquele vencedor Palmeiras.



– Ele mesmo não falava que ficou chateado, mas sempre dava uma reclamada, que era um “bairrismo”, a maioria dos convocados era do Rio de Janeiro. Se ele jogasse no Rio, talvez fosse para a Seleção – recordou.



Já do Palmeiras, Waldemar tinha apenas orgulho. Seu último jogo foi sem festas: no empate em 1 a 1 com o São Paulo, em 11 de setembro de 1958, aos 38 anos. A maior homenagem do clube a ele veio um mês depois. Já aposentado, foi festejado no dia do jogo contra o XV de Piracicaba, no Palestra. Ao término da partida, foi às alamedas do clube, e viu o busto em sua homenagem, ao lado da esposa, e do filho mais velho, Francisco Fiúme.





(Certificado dado à família de Fiúme sobre a Copa Rio, no aniversário de 50 anos do título, em 2001)



Aposentado, sua presença também no Palestra foi diminuindo. Tentou até “fugir” dos holofotes, voltando a trabalhar na gráfica que era de seu pai, e pela qual também foi funcionário na época de jogador amador. O assédio, porém, era ainda bastante intenso.



Waldemar Fiúme é até hoje o terceiro jogador com mais vitórias no Verdão (337), atrás apenas de Ademir da Guia (514) e Dudu (340). Um currículo invejável.



– Uma boa lembrança que ele guardava do Palmeiras era o busto. É um orgulho para a gente.



BATE-BOLA Walter Fiúme

Filho do ídolo do Palmeiras



‘É um orgulho falar que o meu pai tem um busto no Palmeiras’



Qual o maior legado deixado pelo seu pai?



Para nós, a simplicidade, honestidade. É também um orgulho falar “meu pai tem um busto no Palmeiras”. É algo que vai ficar para os meus filhos, meus netos.



O que o Palmeiras significava para o seu pai?



Significou bastante. Ajudou muito meu pai, mesmo após se aposentar. Quando ele estava hospitalizado antes de falecer, o convênio dele só deixava ficar na UTI por uma semana internado e ele ficou bem mais tempo. Criou uma dívida alta e foi o Palmeiras que pagou.



A família toda é palmeirense. Foi um pedido dele?



Ele nunca insistiu pra gente ser palmeirense, nos tornamos por vê-lo jogando. Dos meus três filhos, o do meio é palmeirense mesmo. Ele sente um orgulho tremendo de ser neto do Waldemar Fiúme, quer até digitalizar este acervo com os recortes sobre ele. Foi uma das coisas que o deixou mais fanático.







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