Roberto Frizzo (esq.) foi dirigente do Palmeiras na gestão Arnaldo Tirone
Foto: Adriano Lima / Terra
Mentor do dossiê que convenceu a Fifa a legitimar o Palmeiras como campeão mundial ao conquistar a Copa Rio de 1951, Roberto Frizzo quer a conquista marcada de forma ainda mais permanente no clube. O ex-vice-presidente deseja que o escudo passe a ter uma estrela em alusão ao título.
"Tem que virar uma bela estrela no peito da nossa camisa. Sem dúvida. Nossos ancestrais e quem conquistou o título merecem", disse Frizzo à rádio Jovem Pan. "Essa data ficará ligada direto no calendário. Em todo ano, será alvo de festejo e comemoração. A data da conquista tem que ficar fixa no nosso calendário agora."
Por meio do presidente Joseph Blatter e de comunicados, a Fifa não assume a organização da Copa Rio, mas confirma que considera o Palmeiras campeão mundial por sua conquista em 1951. O clube deve anunciar de forma oficial a qualificação da Fifa durante a festa de comemoração do centenário, no próximo dia 26.
Em 2001, Frizzo iniciou trabalhos para formular o dossiê, inclusive viajando o mundo para entrevistar jogadores e profissionais dos clubes participantes do torneio e, agora, tem seu desejo realizado. "Sempre tive na mente e no coração a certeza de que o tempo é o senhor da razão. Isso ia acabar acontecendo. Era tão claro que fizemos questão de encaminhar para o comitê executivo porque não era questão de política, era só ler o material para ver que tinha toda a configuração de um campeonato mundial interclubes.
Aliás, mais completo que outros", falou o conselheiro."O Blatter fez essa manifestação sem nenhum constrangimento e não resta dúvida que foi com a base fornecida por aquele material por aquela documentação, que deixou todos mais à vontade e muito mais conscientes que aquele torneio teve todas as características e até mais importantes do que outros torneios que vieram depois e foram chamados de mundiais interclubes", prosseguiu Frizzo.
O ex-vice-presidente, no entanto, admite a influência das pressões do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e do presidente eleito da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, para a Fifa confirmar o clube como campeão mundial. Até agradece a ajuda de ambos.
"Às vezes não basta o dossiê, tem que haver uma pressão de outra maneira. Era uma competição que o Blatter nem tinha ouvido falar, não havia nenhum contemporâneo da competição dentro da Fifa. Para fazer a pressão em um órgão muito rígido, com padrões rígidos, o entendimento fica mais facilitado quando vem um momento político, de gabinete", comentou Frizzo, emocionado.
"Sempre entendi que este título é a maior conquista do Palmeiras no campo do futebol profissional. Chegou um tempo em que não sabia se estaria vivo quando fosse reconhecido. É uma grande alegria, ainda mais no nosso ano do centenário. O Palmeiras merece pela sua história linda no futebol brasileiro. Está aí: fomos os primeiros campeões mundiais interclubes. Isso emociona. Não é a cereja no bolo, é o bolo na cereja", definiu.
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