Menos jogos para os clubes grandes, mais para os pequenos, cinco divisões no Campeonato Brasileiro e a transformação dos campeonatos estaduais em copas, no formato da Copa do Mundo. Essas foram as principais propostas do Bom Senso F.C. para o novo calendário no futebol do país. Apoiado na estatística que aponta para 583 clubes inativos por mais de seis meses, o movimento criou um modelo que estabelece um calendário anual para 496 equipes.
Uma das principais mudanças da proposta é a criação da Série E, com 452 times. Cada um disputaria um mínimo de 30 jogos e um máximo de 34 num formato de 36 grupos com 12 equipes em cada. As séries C e D também sofrem alterações. A terceira, com 48 clubes, teria o mínimo de 34 e o máximo de 38 partidas. Na quarta, 144 equipes disputariam de 32 a 38 jogos, e 36 seriam rebaixadas para a nova quinta divisão, na qual também haveria acesso das 36 melhores.
Outra modificação relevante é a transformação dos campeonatos estaduais em copas disputadas no mês de junho, com no máximo oito datas. Na proposta, o número de times participantes varia de oito a 40, de acordo com a realidade de cada estado. Os clubes das Séries A, B e C teriam vagas garantidas, enquanto os da D e E passariam por eliminatórias.
Bom Senso sugere controle de gastos
Em São Paulo, estado com um grande número de times, por exemplo, a Copa teria um sistema idêntico ao da Copa do Mundo: 32 clubes divididos em oito grupos em cidades espalhadas pelo estado. A escolha das sedes passaria pela criação de um "padrão CBF", com estádios, centros de treinamento e hotéis adequados para receber as delegações.
- Tudo que mexemos é de responsabilidade da CBF, não alteramos nenhuma data que seja da Fifa ou da Conmebol - explicou Eduardo Tega, consultor de conteúdo que apresentou a proposta do calendário.
Estamos pedindo organização e empregos a quem leva entretenimento para todas as pessoas do país. Não pedimos nada que não venha de pessoas de bem querem o melhor para o futebol brasileiro
Rogério Ceni
As Séries A e B do Brasileirão seriam mantidas, porém, todas as divisões do campeonato teriam início em fevereiro e durariam até dezembro. Das 38 datas das Séries A e B, 36 estão marcadas para os fins de semana na proposta do Bom Senso. As copas estaduais ocorreriam na paralisação de junho, utilizada também para a disputa da Copa América.
Com essa formatação, não haveria jogos dos principais clubes do país nas datas Fifa. Isso ocorre hoje e faz com que muitos times sejam desfalcados de seus melhores jogadores pelas seleções, mesmo que apenas para amistosos.
- Estamos pedindo organização e empregos a quem leva entretenimento para todas as pessoas do país. Não pedimos nada que não venha de pessoas de bem querem o melhor para o futebol brasileiro - afirmou o goleiro Rogério Ceni diante da estatística de 12 mil atletas desempregados durante a maior parte do ano.
O Bom Senso apresentou exemplos de clubes que entraram em campo pouquíssimas vezes durante o ano de 2013. Alguns fizeram só oito jogos e ficaram inativos por até oito meses. Na proposta do movimento, os pequenos terão no mínimo 30 partidas por ano. Os grandes disputarão, no máximo, 74.
- A expectativa é a melhor possível. Claro que não sabemos o tamanho desse passo, se será grande ou menor. Todos os dirigentes com quem conversamos se colocaram, no mínimo, à disposição de nos entender e saber o que o grupo pleiteia - disse o meia Alex.
Os jogadores, que já mostraram suas ideias ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, esperam agora levar à CBF, que não mandou nenhum representante ao seminário desta segunda-feira, embora tenha sido convidada.
- Vamos tentar uma discussão em alto nível e questionar porque não podemos ter um calendário mais equilibrado e melhor do que o que temos - afirmou Eduardo Tega.
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