Alan Kardec é pivô de rusga envolvendo Palmeiras e São Paulo
"O Corinthians é adversário. O São Paulo, inimigo". A frase de Oberdan Cattani, ex-goleiro ídolo do time alviverde, define a rivalidade do Choque Rei, iniciada principalmente em 1942, quando o time tricolor tentou tomar o Palestra Itália e causou a ira palestrina.
Setenta e dois anos depois, os dois clubes vivem novo auge na rixa que atravessou os anos e se aflorou ainda mais em 2014. E o pivô da atual rusga, o atacante Alan Kardec, estará em campo no duelo deste domingo, no Pacaembu.
O presidente Paulo Nobre rompeu ligações com o São Paulo depois de o rival atravessar as negociações com o centroavante e levá-lo para o Morumbi.
Um dos principais jogadores do Palmeiras até o meio do ano, Alan Kardec estava quase fechado para renovar seu vínculo com o clube quando o mandatário alviverde tentou barganhar R$ 20 mil em seu salário. Revoltado, o atleta decidiu ouvir outras propostas e acertou justamente com o arquirrival.
Nobre ficou revoltado com Carlos Miguel Aidar, então recém-eleito presidente são-paulino. "O São Paulo foi extremamente antiético, como isso não é um privilégio do Palmeiras. Se você perguntar para outros clubes, vão falar do conceito que tem o São Paulo. Isso é desde a base.
Eu já fui consultado por outros presidentes porque eles têm essa prática horrorosa de assediar jogador do adversário".
Aidar rebateu em seguida ironizando o presidente rival. "A manifestação do presidente Paulo Nobre chega a ser patética.
Demonstra, infelizmente, o atual tamanho da Sociedade Esportiva Palmeiras, que, ano após ano, se apequena com manifestações dessa natureza. O choro é livre", disse, em palavras que enfureceram a cúpula do Palmeiras. No mês passado, por exemplo, Nobre se negou até a estender a mão para cumprimentar o são-paulino.
"Em nível de diretoria, a relação entre clubes é péssima desde os anos 1940 e com certeza nessa negociação não vai ser diferente. O Palmeiras não é bonzinho, somos éticos.
E vamos continuar com essa política porque acreditamos que é assim que se faz política", lembrou Nobre, confirmando que enquanto Aidar for presidente não vai ter nenhum tipo de relação com o São Paulo.
A rixa entre os dois times começou em 1942. O Palestra Itália era obrigado pelo governo a mudar de nome por causa da perseguição a italianos durante a Segunda Guerra Mundial.
O São Paulo, se aproveitando da situação, tentou tomar o estádio do clube alviverde, em atitude que gerou ira do clube que passou a se chamar Palmeiras. O relacionamento entre os times jamais foi o mesmo desde então.
O clássico deste domingo será o primeiro desde o episódio envolvendo o atacante Alan Kardec, que vai estar em campo com a camisa tricolor. E bem em uma época conturbada para ambos os clubes.
O Palmeiras não vence há oito jogos no Campeonato Brasileiro e está perto da zona de rebaixamento, enquanto o São Paulo acabou de ser eliminado da Copa do Brasil se maneira precoce. O Choque Rei tem tudo para estremecer o Pacaembu.
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