Atacante já se apresentou no São Paulo avisando que o Palmeiras é passado e deve ser xingado no Pacaembu.Djalma Vassão/Gazeta Press
Em vez do uniforme verde e branco, dos gritos e aplausos, Alan Kardec subirá ao gramado do Pacaembu, neste domingo, com um uniforme tricolor e, muito provavelmente, sendo vaiado pela torcida do Palmeiras, time que defendeu até o primeiro semestre antes de trocá-lo pelo São Paulo, onde manteve o número 14. Será o primeiro encontro do atacante com o ex-clube.
O Palmeiras tinha contrato com Kardec até de 30 junho e a preferência do Benfica para a compra dos direitos econômicos. A negociação se arrastou por semanas e foi finalizada pelos representantes do jogador a partir do momento em que o presidente do clube, Paulo Nobre, insistiu em uma proposta menor quando as partes já haviam se acertado. O São Paulo entrou em cena, ofereceu maior valorização e o tirou do rival.
A troca gerou muita polêmica. Ao tomar conhecimento do negócio, Nobre convocou entrevista e fez pronunciamento atacando o mandatário do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, chamando-o de antiético. No dia seguinte, da mesma forma, Aidar rebateu ao classificar a entrevista como patética e dizer que o Palmeiras tem se apequenado ano após ano por atitudes como aquela.
A troca de farpas públicas, além de romper relações entre os clubes, também levou para o lado de Nobre alguns palmeirenses que o tinham criticado por perder o jogador - e que, neste domingo, deverão engrossar as vaias ao agora são-paulino. "A reação da torcida é porque é apaixonada, defende seu clube.
As pessoas nunca querem que você deixe o clube. O futebol te permite só ser mandado embora, você nunca pode ir embora", opinou o atual treinador de Kardec, Muricy Ramalho.
Quando foi apresentado como reforço no novo clube, o atacante se defendeu lembrando que a renovação chegou a ser dada como certas pelas duas partes, mas o Palmeiras voltou atrás. "No final da história, infelizmente, alguém vai ter que ser o culpado", disse, já vestindo a outra camisa. "Fico feliz pelo que fiz no Palmeiras, ao lado dos torcedores, mas ficou para trás, é passado.
Estou no São Paulo, super feliz de chegar à nova casa, com as pessoas me acolhendo bem, e quero dar continuidade às vitórias".
Passados três meses da troca, Kardec agora participará de seu primeiro Choque-Rei com a camisa tricolor.
Nesta temporada, ele já disputou um clássico pelo outro lado, tendo anotado um dos gols da vitória por 2 a 0 do Palmeiras, inclusive, no mesmo palco do duelo deste domingo. Na opinião de Muricy, o jogador, com quem trabalhou também no Santos, deverá entrar em campo sem qualquer tipo de sentimento negativo.
"Ele é diferenciado, não tem vingança. Não deu certo o contrato, não é porque ele não foi valorizado, é porque não deu certo. Eles (Palmeiras) estavam querendo muito que ele ficasse. Não deu certo, e ele acabou saindo. Esse tipo de pensamento ruim, ele não tem, o único pensamento dele é de jogar futebol.
Eu o conheço como pessoa", aposta o treinador, que já comemorou três gols do atacante e espera mais no Pacaembu. "Tomara que dê tudo certo, que ele entre em campo e faça um bom jogo".
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