Henrique comemora contra o Bahia: na 'era Gareca', só dá ele (FOTO: Miguel Schincariol)
Na crise do Palmeiras no Brasileirão, gol é sinônimo de Henrique. O atacante, titular contra o Sport às 19h30 desta quarta, na Arena Pernambuco, sustenta ótima média - igual às de Barcos e Alan Kardec pelo clube - e está na briga pela artilharia do torneio.
Mas as estatísticas favoráveis não garantem sua posição. Ele corre grande risco de perder a vaga para o recém-chegado Cristaldo, que ficará no banco diante do Leão e é homem de confiança de Gareca. As chances desperdiçadas do camisa 19 irritam a torcida.
Veja abaixo porque Henrique é, ao mesmo tempo, goleador e contestado no Verdão.
TÁ BOM...
Média de gols - O camisa 19 tem oito gols em 16 jogos pelo Palmeiras: a média é de 0,5, bem semelhante às de Barcos e Alan Kardec pelo clube. O índice do argentino foi levemente inferior, com 31 gols em 61 partidas (0,508), enquanto o do agora são-paulino era um pouco melhor, com 24 gols em 46 aparições (0,521). Henrique tem dois gols na Copa do Brasil e seis no Brasileiro, três a menos que o artilheiro Ricardo Goulart, do Cruzeiro. Com Gareca, o Alviverde marcou quatro vezes no torneio, sendo três dele.
Bom chutador - Henrique é o jogador do elenco que mais acertou finalizações no Campeonato Brasileiro até o momento. Em 12 partidas disputadas, foram 16 chutes ou cabeceios na direção do gol (média de 1,3 finalização certa por jogo). O volante Wesley, segundo colocado no quesito, tem dez. E o aproveitamento do goleador é bom: ele errou sete chutes, e ocupa apenas o sexto posto entre os que mais se equivocam tentativas – apesar de ter perdido algumas oportunidades bem claras para marcar (veja ao lado).
Personalidade - Outro ponto positivo do atacante é a personalidade. Ele não se sentiu intimidado por substituir Alan Kardec e teve início arrasador no Verdão, chegando a conservar média de um gol por partida. Na crise instaurada após a Copa do Mundo, não tem se escondido. Quando Ricardo Gareca se recusou a dar entrevista coletiva após a derrota para o Atlético-MG, foi ele quem enfrentou os jornalistas e tentou explicar o tropeço. No clássico contra o São Paulo, domingo, pediu para bater o pênalti e converteu.
... MAS TÁ RUIM!
Henrique lamenta o gol que perdeu contra o São Paulo (FOTO: Miguel Schincariol)
Chances perdidas - O prestígio de Henrique no Palmeiras diminuiu. Embora siga marcando gols, ele perdeu chances que, se convertidas, provavelmente impediriam que o clube entrasse na zona da degola. O jejum de nove jogos no Brasileiro (dois empates e sete derrotas) já não existiria. Um minuto antes do segundo gol do São Paulo, domingo, ele teve a chance de fazer 2 a 1 para o Verdão, sem goleiro, mas furou. Na derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro, isolou uma bola na pequena área e depois, cara a cara com Fábio, parou no goleiro.
Deficiências técnicas - A desvantagem de Henrique em relação a Cristaldo é a dificuldade de sair da área. Gareca deu claros sinais de irritação na derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG, quando o camisa 19 recebeu algumas bolas longe do gol e mostrou limitação técnica. No mesmo jogo, ele marcou gol e comemorou apontando para a pequena área como se quisesse dizer que ali é seu lugar. Mas o técnico gosta de um “9” que saiba buscar jogo. Cristaldo é assim. Pratto e Facundo Ferreyra, pedidos anteriores para a posição, também.
Desconfiança - Outro fator que pode atrapalhar Henrique é o insistente rótulo de reserva. Ele chegou para ser uma alternativa a Kardec, que saiu pouco depois. Mesmo tendo assumido a condição de titular, com boa média de gols, o goleador de 24 anos sempre teve de conviver com a busca da diretoria por um camisa 9 que chegasse para jogar. Cristaldo foi contratado a pedido do treinador, e a concorrência só não aumentou porque a negociação com Willian José melou pouco antes da assinatura do contrato.
6216 visitas - Fonte: LanceNet!