15 milhões de fãs, 100 anos, 63 técnicos e 55 títulos: a história da Sociedade Esportiva Palmeiras tem números expressivos. Também guarda momentos históricos e times que podem (e devem) ser explicados na tática: os esquemas, os movimentos dos craques, as ideias dos técnicos. Tudo ajuda a explicar algo maior: os 100 anos de Palmeiras.
O clube fundado por 4 italianos em 26 de agosto de 1914 era um refúgio para a crescente colônia italiana. O futebol era apenas diversão, que teria seu primeiro título em 1920. Em 26 e 27 o bi: pelos relatos, um típico 2-3-5 voltado ao ataque e cheio de bolas longas para Imparato e Heitor, 18 tentos em 9 partidas e maior artilheiro do Palmeiras.
O profissionalismo após a Revolução de 32 faria do Palestra uma máquina: tri em 32, 33 e 34, a construção do moderno Palestra Itália e excursões vitoriosas na Argentina. Época também do humilhante 8x0 no já rival Corinthians, no mesmo 2-3-5 com Romeu infernizando a zaga com presença física e Imparato vivo na esquerda.
Enquanto Herbert Chapman consolidava o WM (3-2-2-3), o Palestra inaugura o Pacaembu em 1940 com 6x0 no Coxa. Eclode a II Guerra Mundial, os italianos passam a ser vistos como inimigos e os rivais, em especial o São Paulo, visam o estádio palestrino. Getúlio declara guerra ao Eixo e a diretoria é pressiona a mudar nomes e cores. Agora, só verde e branco. E a letra P sobre fundo verde.
P de Palestra Itália que morreu líder em 14 de setembro. P de Palmeiras aplaudido de pé no Pacaembu. Os 3x1 no primeiro tempo e o humilhante W.O. do São Paulo, que não aguentou a derrota moral responderiam: sim, o Palmeiras era brasileiro! A Arrancada Heroica já era um 2-3-5 ou um 3-2-5? Difícil precisar, mas sabe-se que Og Moreira atuava no meio-campo e Lima, Cláudio e Echevarrieta compunham um terrível ataque.
Após mais paulistas e o “jogo da lama” contra o São Paulo, o Palmeiras se consolida no cenário internacional com amistosos. A política manda embora Oberdan e Brandão, mas a Taça Rio, primeiro Mundial Interclubes da história, é conquistada. O paraguaio Ventura Cambon arma um 3-2-2-3 padrão, o WM, com Jair da Rosa Pinto livre na armação. Time ajustado, mesmo quando Flávio Costa e o futebol carioca mostram os primórdios do 4-2-4.
Os próximos anos seriam de jejum palmeirense. O Paulista de 54, considerado o mais importante pelos 500 anos da cidade, em título do Corinthians de Oswaldo Brandão. Pelos relatos, o técnico Aymoré Moreira armou um típico 3-2-2-3, mas o que ficou conhecido foi a ordem do presidente Byron Giuliano, que mandou o time jogar de azul “para dar sorte”. A maldição da cor no Palmeiras permanece até hoje.
Demorou até acertar um técnico. De volta, Oswaldo Brandão teve tempo após os incríveis 7x6 do Santos e montou o time num 4-2-4 recuando Fiúme como volante e depois zagueiro. Talvez inspirado no Brasil de 1958, Brandão aproveitou a chegada de Djalma Santos e o 4-2-4 ganhava ofensividade com o apoio do lateral e o corte de Botelho.
Chinesinho era o armador da equipe que fez o “Supercampeonato”de 1959, dada a excelência dos times. Depois de partidas extras, o ponta-esquerda Romero acertou golaço e decretou: Palmeiras, supercampeão de 1959 e o único que podia rivalizar com o Santos de Pelé.
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