Lúcio deu forte entrevista nesta sexta-feira (Foto: Cesar Greco/Divugação)
Certamente não há no elenco do Palmeiras um jogador que sinta-se satisfeito com a derrota. Mas a dor não é a mesma para todos.
A forte entrevista de Lúcio foi um retrato do incômodo que o zagueiro sente diante da possibilidade de adicionar em seu glorioso currículo o rebaixamento de um gigante.
O capitão do time é daqueles que se autoflagelam se deixam escapar um sorriso em meio a tamanha tempestade. Talvez a intenção de Ricardo Gareca ao substituir a tradicional atividade tática por um rachão fosse aliviar a tensão do elenco, mas o camisa 3 ficou parado em um canto do gramado durante a maior parte do tempo. Não entrou na brincadeira.
- Na última colocação do campeonato, se você ficar alegre, tem que ir para o hospício, porque está ficando louco – disse, minutos depois de uma atividade menos feliz que o normal – Wesley, um dos mais brincalhões, estava mais sério -, mas ainda assim repleta de sorrisos e tiração de sarro.
Lúcio, 36 anos, tem dificuldade ao ver os mais jovens cumprindo o mesmo ritual seja qual for a posição na tabela. Não só no rachão, mas no dia a dia, nas atividades táticas, nos jogos. Ele não lida bem com o fato de alguns jogadores não estarem sofrendo como ele.
Marcos também era assim. Rogério Ceni continua sendo. Não por acaso, os três fizeram parte da Seleção Brasileira campeã do mundo em 2002. São de uma geração em que a derrota tinha de ser remoída e que justificá-la falando em azar não era válido.
É errado generalizar, mas esse ódio pelo fracasso faz falta às gerações mais recentes. Em fases assim, é preciso sorrir menos, sofrer mais. Ao menos tentar mudar. Era disso que Lúcio estava falando.
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