César Maluco é o segundo maior artilheiro da história do Palmeiras / Divulgação / Palmeiras
Carioca, César Augusto da Silva Lemos chegou ao Palmeiras em 1967 vindo do Flamengo. Com 19 anos, se viu no meio de um grupo com atletas consagrados e usou isso a seu favor. Em pouco tempo adquiriu a condição de titular e fez história no clube.
Por conta de seu temperamento e maneira que comemorava o gol junto aos torcedores, acabou virando César Maluco, apelido que relutou no começo, mas que o acompanha até hoje.
No Verdão ficou de 1967 até 1974, participou das duas Academias e do período mais vitorioso da história do clube. Conquistou quase tudo que disputou. Jogou 324 partidas e marcou 180 gols, fato que o torna o segundo maior artilheiro da história palmeirense.
Para o especial do Centenário do Palmeiras, o Portal da Band perguntou a ele qual era o jogo da sua vida com a camisa alviverde e mesmo tendo conquistado muitos títulos no clube, o jogo que ele não esquece e diz ter sido de suma importância para sua vida no Palmeiras foi o primeiro clássico que disputou. Contra o Santos de Pelé, ele marcou os dois gols da vitória por 2 a 1 pelo Robertão, competição que viria a ser campeão e artilheiro.
“O jogo que mais me marcou foi o primeiro clássico que fiz contra o Santos. Fiz dois gols, ganhamos de 2 a 1 e fui o melhor em campo. Foi no Robertão de 1967, no Pacaembu e para mim foi muito importante, pois foi o pontapé inicial no Palmeiras.
Fui contratado pelo Zezé Moreira, irmão do Aimoré, que era o treinador e me deu muito apoio. Ele acreditou em mim e me deu confiança para jogar. Ele falava assim ‘joga o futebol que você sabe’. Marcou muito para mim e agradeço muito a ele.
Nesse jogo, marquei um gol me antecipando ao Gylmar, o outro foi em um lançamento do Servílio. Entrei pela esquerda, bati e a bola entrou. Foi um jogo maravilhoso. Era diferente jogar contra o Santos. Eles tinham Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Era duro jogar contra eles. O Palmeiras era o único time que enfrentava o Santos naquela época, então fazer dois gols contra o Pelé, que para mim é incomparável, foi especial. A final também me marcou muito, fiz os dois gols contra o Grêmio e fui artilheiro do campeonato.
Cheguei com 19 anos do Flamengo e todos sempre me deixaram muito à vontade, parecia que eu já jogava há dez anos com eles. Eu era o mais novo e era a referência do gol. Eu e o Servílio formávamos uma parceria maravilhosa, ele conversava bastante comigo e me falava o que fazer. Dizia sempre para eu acreditar nele na disputa das bolas do alto e ele ganhava sempre, a sobrava para mim. O Tupãzinho sabia que eu corria muito e já mandava a bola direitinho para eu bater pro gol, era o que ele falava. Eu tinha muita visão de gol. Me deram liberdade.
Dei sorte porque o Tupãzinho era titular e ele teve um estiramento, ai seu Aimoré me colocou e não sai mais do time. Esse começo foi muito importante. Agradeço a minha carreira a todos da primeira Academia. Feliz daquele que jogou naquela época e na era Pelé e sou feliz por isso”.
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