Eram 16 anos sem título e muita pressão quando Nelsinho foi demitido em Agosto de 92. A esperança era a co-gestão da Parmalat, que injetaria dinheiro para melhorar o time. Otacílio Gonçalves, de boa Série B com o Paraná, foi chamado. Seu 4-2-2-2 básico chegou nas finais do Paulistão, 2 derrotas para o São Paulo.
Com reforços como Edmundo, Antônio Carlos e Roberto Carlos, o técnico sofreu muita pressão e deixou o time ainda no início de 93. Brunoro chamou um jovem técnico: Vanderley Luxemburgo. As mudanças no time foram sensíveis: controlou os ânimos do vestiário, recuou Zinho para o meio e mudou Edílson para a ponta: um 4-3-3 de muita movimentação e recuo de Evair.
A arrancada na segunda fase permitiu disputar a final contra o Corinthians. No primeiro jogo, derrota e provocação de Viola. No segundo, um acachapante 4x0. Era a volta por cima de Evair. E o Palmeiras finalmente campeão. (Leia mais:
A partir daí, o Palmeiras seria uma máquina de títulos, apesar de instabilidades geradas pelo elenco de craques da Parmalat e cheio de vaidades. Luxemburgo não montou um time que pode ser considerado titular, e sempre variava: ou o 4-3-3 ou o 4-3-1-2 com Edílson na ponta do losango: um atacante na ponta de um losango e Zinho e Mazinho no meio.
No ano seguinte uma peça importante chegaria: Rivaldo. Mais atacante que meia, ele seria usado pela esquerda do 4-3-3 de Luxemburgo, ao contrário do Corinthians, onde foi meia. Com nomes como Conceição e Amaral, Luxa usava sempre seu banco. Zinho era volante ou meia; Evair recuava, Edmundo centralizada. Qualidade e ataque, uma ideia típica de Luxa no Brasileiro de 94, mais uma vez contra o Corinthians.
Uma proposta do Flamengo seduziu Luxa, que saiu no fim do ano. Faltou a Libertadores em 94 que a diretoria prejudicou. Como era a prioridade da Parmalat, Brunoro chamou Valdir Espinosa em 95. O técnico recebeu Mancuso, Váber e Isidoro, mas reclamava da falta de um centroavante e Edmundo prejudicou o time sendo expulso. O 4-2-2-2 de muita movimentação e sem um “9” era boa ideia, mas não demorou pra perceber que Espinosa foi um erro grave.
O substituto Carlos Alberto Silva manteve a base tática, mas tomou de 5 do Grêmio de Felipão, e apesar de quase reverter no 5x1 de volta, saiu no Brasileirão. A solução era chamar Luxemburgo de volta, após o fracasso no Fla e Paraná. Os reforços Muller e Djalminha só assistiram o fim de 95. Pois 96 seria histórico.
O “Ataque dos 100 gols” era um 4-2-2-2 onde laterais apoiavam, Djalminha ficava estático armando e Muller e Rivaldo invertiam: o primeiro recuava, o segundo abria no espaço e chamava Júnior, que cruzava enquanto Rivaldo ia pra área. 102 gols em 30 jogos, 1 Paulista, muitos de cabeça e ofensividade impressionante que parou em Levir Culpi e o desfalque de Muller na final da Copa do Brasil.
Luxa sairia no fim de 96, após perder o Brasileiro para o Grêmio – mais uma vez. Telê Santana era o nome de 97, mas “enrolou” a diretoria com o interino Márcio Araújo até anunciar a aposentadoria definitiva. A co-gestão já havia conquistado tudo, mas faltava um título: a Libertadores. Hora de chamar um especialista.
Luiz Felipe Scolari chegou, aproveitou novos nomes como Euller, Viola e Alex para ser vice do Brasileiro de 97. Do outro lado, o Vasco campeão, estavam Edmundo e Evair. Felipão indicaria uma “trupe” ex-Grêmio, como Paulo Nunes, Arílson, Rivarola e Arce. A prioridade era a Copa do Brasil de 98, o atalho para a voltar a sonhar com a América.
O 4-3-1-2 era simples e dependia de Zinho para funcionar: armava o forte apoio de Júnior a ajudava um apagado Alex na frente. Oseás fazia o pivô e Paulo Nunes abria o corredor para Neném. Muitas vezes um 4-2-3-1 quando Zinho abria na esquerda para proteger Júnior. A campanha sofrida ganhou ares de milagre quando Oseás fez o “gol espírita” da finalíssima contra o Cruzeiro.
Com Evair e César Sampaio de volta, o 4-3-1-2 foi mantido. Alex despertou, Arce apoiava bem pela direita e o time deu liga, com direito a 4x2 no então campeão Vasco, em São Januário. No entando, Velloso se machucou. Felipão arriscou um jovem arqueiro na meta, que teria muita responsabilidade nas penalidades das quartas.
Era Marcos. Ou melhor, São Marcos,que catou tudo e mais um pouco para eliminar o Corinthians, bater o River e ver Zapata perder a penalidade que inflamou o Palestra Itália: Palmeiras, campeão da Libertadores em 1999. Ano mágico que contou com um 4x2 no Flamengo, conquistado nos últimos minutos. Mas que terminou em falha de Marcos no Mundial, jogando melhor.
A Parmalat estava se despedindo, assim como Felipão. 2000 seria o último semestre e o time já era um início do que seria o "bom e barato". Na Libertadores, com muita luta, o 4-2-3-1 de Scolari eliminaria Atlas e Peñarol para encontrar de novo o arquirrival.
O primeiro jogo terminou em 4x3 para o Corinthians. Na semana seguinte, a imprensa já dava o adversário como finalista. O Palmeiras de Argel, Pena e Marcelo Ramos era um coadjuvante. Para “analistas”, seria goleado pelo favorito Timão.
A luta do Palmeiras de Felipão e Marcos, bem inferior ao rival, garantiu um 2x2. Já pro fim do jogo, Alex cobrou e Galeano fez de peito, levando a decisão para as penalidades. Nas cobranças, todo mundo acertou. A última era de Marcelinho, ídolo máximo da Fiel.
- Marcelinho pra cobrança. Autorizado, foi pra bola, bateu........defendeu Maaaaaarcos!
O Boca Juniors ganharia a final, mas para o Palmeiras era um título: eliminar o rival, com um time superior e cobrança do ídolo. Alegria que pouco se repetiria nos anos seguintes.
9963 visitas - Fonte: Globoesporte