L!Net reúne Dudu e Ademir, a dupla mais entrosada da história do Verdão

26/8/2014 08:35

L!Net reúne Dudu e Ademir, a dupla mais entrosada da história do Verdão

Ex-volante não topou falar sem ter o seu eterno parceiro ao lado. Até a vaga na garagem foi reservada para Ademir, que foi até a casa de Dudu. 519 jogos juntos!

L!Net reúne Dudu e Ademir, a dupla mais entrosada da história do Verdão



Dudu e Ademir da Guia: campeões e entrosados até hoje (Foto: Eduardo Viana/LANCE!Press)



Em toda a sua história, que nesta terça, 26 de agosto, torna-se centenária, o Palmeiras teve em Dudu e Ademir da Guia sua maior dupla. Parceiros há 50 anos, os dois ditaram o ritmo nas Academias do Verdão, nas décadas de 1960 e 70, graças à técnica e também à amizade entre os ídolos, que permanece até hoje.



Os dois se encontraram na casa de Dudu, a pedido do L!Net. O ex-jogador não queria falar sozinho do clube em que ambos colecionaram taças:



– Marca com o Ademir, também. Só eu falar não tem graça. Pode marcar que ele vem. Avisa para ele que vou fazer um café (risos) – contou Dudu, que se preocupou até em deixar a vaga na garagem livre para que o amigo pudesse estacionar lá.



A história dos dois no Palmeiras é quase uma só. O Divino chegou ao clube aos 19 anos como uma aposta do Bangu, em 1961. Três anos depois, Dudu, então com 25, foi trazido da Ferroviária, e logo de cara começou a criar uma relação com o 10.



– Cheguei de Araraquara, e fiquei esperando no Palmeiras arrumarem apartamento, mas estava difícil. Aí fui dormir na casa dele. Falei: “Ô meu, dá uma beira ai” – disse Dudu.



O Divino riu, sem se lembrar do episódio, um dos vários que os amigos viveram. Eles ainda brincam um com o outro, e assim como na época de Verdão, se completam: o ex-volante é mais falante, gesticula mais, e da Guia mantém o jeito tranquilo, apresentado nos campos, onde muitas vezes teve de conter o ímpeto de Dudu.

– Eu era de falar muito, brigar dentro de campo, galinho garnizé. O Ademir, não – explicou Dudu.



– Ele lutava muito, reclamava com o juiz e aí eu mais tranquilo já falava: “calma, Dudu, para de brigar com o juiz, ele vai dar um pênalti para a gente” – explicou Ademir.



Ainda hoje, o antigo dono da camisa 10 é o jogador com o maior número de partidas no clube: 901. Dudu é o terceiro, com 609, sendo que em 519 deles a dupla esteve junta. São apenas 13 jogos a menos do que os 532 jogos de Marcos, por exemplo.

Para que a dupla durasse tanto tempo, Dudu precisou em sua chegada se adaptar a Ademir da Guia.



– Na Ferroviária, eu jogava mais solto, fazia gols, corria muito, era muito elétrico. Aí quando cheguei fui ajudado pelo Djalma Santos, Valdir Joaquim de Moraes, Carabina... Eles diziam: “Dudu, aquilo que você fazia na Ferroviária, você não pode fazer aqui no Palmeiras. Aqui você tem que deixar o Ademir apoiar o ataque e você cobrir a defesa”.



O conselho foi aceito sem nenhum problema, e com apenas eles no meio, e o time jogando no 4-2-4, começaram a vir os títulos: Taça Brasil, Robertão, Paulista, Ramón de Carranza, além do privilégio, até hoje único, de um time inteiro representar a Seleção, como fez o Palmeiras em 1965, na vitória por 3 a 0 sobre o Uruguai, na estreia do Mineirão.



Os “donos do time” ficaram na reformulação do início da década de 70, quando começou a segunda Academia, uma equipe mais rápida. A mudança de estilo chegou a fazer com que a dupla fosse colocada em risco.



No início de 1972, o Palmeiras contratou o argentino Madurga, e havia a certeza de que o ex-jogador do Boca Juniors (ARG) iria se tornar o titular. Só faltava saber na vaga de quem: Dudu ou Ademir. Os dois à época já falavam que a histórica parceira estava perto do fim, mas o hermano viu que a vida fácil não seria fácil.





(Dudu e Ademir: a maior dupla da história do Palmeiras, junta desde os anos 60 - Foto: Gazeta Press)



O Verdão venceu um amistoso sobre o Santos por 4 a 0, em janeiro daquele ano, e Madurga então pediu para usar a camisa 8, e não a 5 de Dudu, ou a 10 de Ademir. Embora não tenha dado um título, este jogo serviu para diminuir as críticas de que o meio de campo alviverde tornara-se lento.



Tanto que é para o Divino seu jogo inesquecível entre os 901. Ainda com o meio formado por Dudu e Ademir da Guia, o time perdeu apenas cinco dos 80 jogos que fez naquele ano e conquistou cinco títulos.



– 1972 coroou o nosso trabalho. Começou com mudanças, mas foi sensacional – lembrou Ademir.



Dois anos depois veio uma das vitórias mais emblemáticas daquele grupo: o título paulista sobre o Corinthians, que não deixou o rival sair da fila de 20 anos, e contou com um desmaio de Dudu.



Em uma cobrança de falta de Rivelino, a bola acertou o rosto do camisa 5, que caiu desacordado. Foi atendido, e minutos depois o técnico Oswaldo Brandão o recolocou em campo, para ficar novamente na barreira em outra falta. Naquele ano, que rendeu ao Divino a convocação para a Copa do Mundo de 1974, já eram dez anos de Dudu e Ademir da Guia juntos.



– Nós dormíamos juntos na concentração, e um dia eu disse: “Ademir, você já calculou quantos anos nós jogamos juntos?”. Ele disse: “não tenho ideia”. Falei: “já fazem 10 anos”. Isso foi em 1974. Foram dez anos com muitos títulos. E nós continuamos ganhando – afirmou Dudu, que em 1976 deixou os campos, mas assumiu como treinador do Verdão.



Ademir ainda chama Dudu de “meu técnico”, já que o amigo o treinou no título paulista daquele ano, e também comanda o Divino nos jogos do time de masters.



– Quero jogar na abertura da Arena. Vamos ver se ele me deixa atuar. Eu jogo 30 minutos, mas já com 20 o Dudu quer me tirar (risos) – cornetou Ademir da Guia.



– Ele gosta de jogar, mas não aguenta mais – justificou Dudu.

Os dois são presença constante em eventos do Palmeiras até hoje. Estavam no torneio retrô da rua Javari (em que Ademir foi o 10, e Dudu o comandante), participaram da festa popular no centro da cidade, no sábado, e não escondem o enorme orgulho que têm por tudo o que fizeram no Palmeiras. Os dois sabem que formaram a maior dupla da história alviverde e tem grande importância neste centenário. Um casamento que fez a alegria de milhões de palmeirenses.



– Se tivessem dois Dudu, não dava certo. Tinha que ter um jogador clássico como o Ademir. Eu não sabia fazer o que ele fazia. Isso casou bem – encerrou Dudu.





O SENTIMENTO EM VERDE E BRANCO, por Dudu:



O Palmeiras para mim é...

"Muito grande, com um passado bonito."



A minha maior alegria pelo Palmeiras foi...

"O momento foi o título de 74 que nós ganhamos do Corinthians no Morumbi. Aquele momento foi muito importante."



A minha maior tristeza pelo Palmeiras foi...

"Não tenho nenhuma. Não tenho."



A torcida do Palmeiras para mim é...

"Tem o carinho muito grande. As pessoas choram, se emocionam. Isso enche o nosso coração."



O meu jogo inesquecível no Palmeiras é...

"Pelo jejum do Corinthians, o título paulista de 1974."



PALMEIRAS 1 x 0 CORINTHIANS



PALMEIRAS: Leão; Jair Gonçalves, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, Ronaldo e Nei T: Oswaldo Brandão.

CORINTHIANS: Buttice; Zé Maria, Brito, Ademir e Wladimir; Tião e Rivelino; Vaguinho, Lance, Zé Roberto (Ivan) e Adãozinho (Pita) T: Sylvio Pirillo.



ÁRBITRO: Dulcídio Wanderley Boschilla (SP)

GOL: 24’ 2ºT Ronaldo (1-0)

DATA: 22/12/1974

RENDA/PÚBLICO: Cr$ 2.311.658 / 120.522

LOCAL: Morumbi, em São Paulo (SP)

COMPETIÇÃO: Campeonato Paulista / Final



O SENTIMENTO EM VERDE E BRANCO, por Ademir:



O Palmeiras para mim é...

"Minha vida, minha paixão."



A minha maior alegria pelo Palmeiras foi...

"Acho que 1972 foi o ano em que se corou um trabalho, que começou com mudanças. Foi um ano sensacional."



A minha maior tristeza pelo Palmeiras foi...

"Quando cheguei aos 35 anos, estava numa fase muito boa, jogando muito bem. Tive um problema na garganta e não pude mais jogar."



A torcida do Palmeiras para mim é...

"Percebemos quando vamos para o interior. Carinho enorme. Ganho beijo de senhorzinho. Aí a menina bonita não quer me beijar (risos)."



O meu jogo inesquecível no Palmeiras é...

"Ganhamos do Santos de 4 a 0 e o Seu Oswaldo tinha trazido o Madurga, que viu o jogo. No fim ele disse que jogaria com a 8, que não era a minha nem a do Dudu."



PALMEIRAS 4 x 0 SANTOS



PALMEIRAS: Leão, Eurico, Luís Pereira, Polaco e Celso; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha (Fedato), César e Pio (Nei) T: Oswaldo Brandão.



SANTOS: Cejas; Carlos Alberto, Paulo, Oberdã e Zé Carlos; Leo, Negreiros; Jader (Nenê), Edu, Pelé e Ferreira.T: Mauro Ramos de Oliveira.



JUIZ: Renato Oliveira Braga

GOLS: 11’ 1ºT Paulo, contra, (1-0) ; 28’ 1ºT Edu (2-0) ; 2’ 2ºT César (3-0) e 5’ 2ºT César (4-0)

RENDA/PÚBLICO: cr$ 81.361,00 / não disponível

DATA: 15/1/1972

COMPETIÇÃO: Amistoso

LOCAL: Parque Antarctica, São Paulo (SP)





























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