Brunoro e Nobre são culpados pela fase ruim, diz Avallone (Foto: José Gonzalez)
Torcedor fanático do Palmeiras, o jornalista Roberto Avallone colocou a culpa pelo momento delicado vivido pelo clube sobre a atual gestão do presidente Paulo Nobre.
Com chances de sofrer seu terceiro rebaixamento no século XXI, justamente no ano do seu centenário, a atual diretoria, formada também pelo diretor executivo José Carlos Brunoro, é a responsável por intensificar o processo de "apequenamento" do Verdão, segundo o convidado do "Redação SporTV".
- O Paulo Nobre. Tem potencial? Tem. É um homem bem articulado, inteligente. Dizem que é bom piloto de rali. Mas é totalmente inexperiente no ramo de futebol.
O seu fiel parceiro, José Carlos Brunoro, que tem até curso de gestão de futebol, que deveria aconselhar mais o Nobre, não o faz. Dizem que o Nobre não sabe ouvir. Perdeu Barcos por uma besteira. Perdeu Henrique, quarto zagueiro da seleção. Perdeu Alan Kardec. Soube que já haviam acertado com o jogador, e quando o Nobre voltou da posse do Marco Polo Del Nero (na CBF), desfez o negócio para barganhar uma ninharia. Perdeu outros menos votados, como Luis Felipe.
Palmeiras tinha um time melhor na Série B do que tem na Série A. É possível disputar a Série A com um time pior do que tinha na Série B? Com todas as virtudes que possam ter, os culpados são o presidente Paulo Nobre. Segundo, o CEO José Carlos Brunoro. Eles são os culpados por esse momento delicado. Eles que saibam tirar o Palmeiras desse momento - disse.
Avallone criticou a filosofia palmeirense adotada a partir dos anos 70 com a deposição do presidente Mustafá Contursi. O jornalista acredita que o patrocínio da Parmalat, nos anos 90, propiciou a conquista de títulos que jamais seriam ganhos sem o apoio da fabricante de leite.
- Isso vai dar mais pano para a manga. O Palmeiras sofreu o processo de “apequenamento” desde o final dos anos 70. Houve um episódio de um presidente, que foi deposto, e isso permitiu a ascensão da filosofia do "bom e barato". Todo mundo sabe que o nome dele é Mustafá Contursi. Ele implantou essa filosofia, que foi interrompida com a Parmalat. Isso foi um oásias. Se não fosse a Parmalat, o Palmeiras estaria há 30 anos na fila - disse.
Apesar de criticar Bruno Nobre, Avallone apontou um acerto do presidente: apostar no técnico argentino Ricardo Gareca. O jornalista não poupou críticas aos treinadores brasileiros e citou exemplos de estrangeiros que tiveram sucesso no futebol brasileiro.
- Quero apontar um acerto do Paulo Nobre. Acho que ele acertou ao contratar um técnico estrangeiro. Os nossos estão atrasados taticamente. Os argentinos proliferam no mundo. Olha o Simeone no Atlético de Madri. O Sampaoli no Chile. Por que não trazer o Gareca? Se vai dar certo, é uma coisa, se não vai dar é outra.
O Flamengo importou o húngaro Dori Kurschner, com auxiliar Flávio Costa. O São Paulo foi importar o húngaro Béla Guttmann, que contratou o Zizinho do Bangu, recuou Dino Sani e foi campeão paulista. Temos o potencial dos grandes jogadores, mas os técnicos brasileiros nunca brilharam.
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