Ronaldinho Gaúcho não será mais reforço do Palmeiras no centenário
Ronaldinho foi reforço do Palmeiras por algumas horas nesta terça-feira. Mas, um entrevero inesperado na negociação entre o presidente Paulo Nobre e o empresário Roberto Assis colocou um fim no acordo, quando o mandatário alviverde já esperava anunciá-lo na festa do centenário. O ESPN.com.br apurou as causas que levaram ao fracasso na transação, no que foi o terceiro "não" do ex-melhor do mundo à agremiação palestrina.
A negociação entre Palmeiras e o staff de Ronaldinho Gaúcho durou exatamente 10 dias. Esse foi o tempo que levou desde que o time alviverde fez a primeira oferta, de R$ 200 mil mensais, teto salarial estipulado pela gestão de Paulo Nobre. A partir daí, vários telefonemas, conversas e mensagens de Whatsapp até o acerto na manhã desta terça.
Após fechar a contratação, o Palmeiras convocou seus advogados para redigirem os contratos. Eles ficaram reunidos das 11h as 16h digitando os documentos para o atleta assinar nesta quarta-feira, mas já estava tudo certo para o anúncio ser feito por Paulo Nobre no banquete do centenário. Vários conselheiros, inclusive, foram avisados.
Ronaldinho, por sua vez, já viajava do Rio de Janeiro a São Paulo para ser apresentado nesta quarta-feira, no Pacaembu, em jogo contra o Atlético-MG, seu ex-time, pela Copa do Brasil. Só que, de uma hora para outra, Assis, empresário e irmão do jogador, se irritou e telefonou ao Palmeiras, por volta de 16h, dizendo que o acordo estava cancelado.
O time alviverde já tinha até desembolsado R$ 600 à Federação Mineira para desvinculá-lo da entidade e transferi-lo à Federação Paulista, procedimento exigido para que o atleta pudesse jogar a Copa do Brasil. O jogador, inclusive, receberia nesta quarta-feira a camisa de número 100, que já tinha sido confeccionada pelo clube.
Entre as exigências de Ronaldinho, o Palmeiras havia aceitado entregar ao jogador 20% da bilheteria do jogo de estreia, com salário médio de R$ 650 mil, o que totalizaria R$ 2,6 milhões por quatro meses de contrato e vai totalmente contrário à política de gastos contidos de Nobre. Ainda tinham bônus previstos caso o atleta alcançasse os objetivos previstos em contrato. Isso, até Assis dar um "piti".
"Não entendi. O que aconteceu foi que o Assis estressou. Essa foi a única satisfação que nos deram. Não tem condições. Aceitamos todas as solicitações. Alinhamos tudo. Estavas fechado. O Assis mandou um recado por meio do procurador quando a documentação já estava com eles. Disseram que estressaram, eram reivindicações de um grande jogador. Acertamos absolutamente tudo", disse o vice Maurício Galliote.
De acordo com uma fonte ligada ao jogador, após receber em mãos a documentação, Assis se irritou com uma falha de comunicação nos valores envolvendo as premiações. O emprésario pensava ter ouvido uma coisa de Paulo Nobre, enquanto o mandatário alviverde imaginava ter definido outra. Assis, então, se estressou com o presidente por achar que ele tenta "barganhar demais" e não pensou duas vezes: mandou seu procurador cancelar tudo.
Essa foi a terceira vez que o empresário Roberto Assis fecha com o Palmeiras, mas volta atrás em cima da hora. Em 2011, antes de acertar com o Flamengo, ele deixou tudo certo com o então presidente Luiz Gonzaga Belluzzo, mas na mesma semana apalavrou com o Grêmio e acabou mandando Ronaldinho ao time rubro-negro. Já no fim do ano passado chegou a acertar salários, mas no fim renovou com o Atlético-MG.
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