A festa oficial do centenário do Palmeiras teve convidados se emocionando ao lembrar do passado, mas revoltados com o presente. Muitos dos que lotaram a casa de shows escolhida pelo clube para o banquete se frustraram por não ver o anúncio de Ronaldinho Gaúcho como reforço nem a celebração da conquista da Copa Rio de 1951 como título mundial, além de a diretoria não homenagear César Maluco, segundo maior artilheiro da história do Verdão.
Em relação a Ronaldinho, os dirigentes usaram as redes sociais para anunciar a desistência da negociação, por motivos que o vice-presidente Mauricio Galiotti, representante do clube nas conversas, não soube explicar. Mas quem não acompanhou o Twitter do clube certamente imaginou que a bola que pulsava no palco no início do evento poderia ter o meia dentro, entregue como um presente.
“O maior presente que o palmeirense tem foi Deus que deu, que foi o fato de ter nascido palmeirense. Pelo menos para mim, a maior alegria que tenho na vida foi ter nascido palmeirense. É o grande presente que todo palmeirense tem não só hoje, como todos os dias da vida”, disse o presidente Paulo Nobre, antes do início dos shows.
A celebração também frustrou quem queria comemorar um antigo título. A exposição montada para recepcionar os convidados não tinha a taça da Copa Rio exposta, aumentando a crença em rumores de que o clube anunciaria oficialmente o título como mundial. Mas a menção não foi além de legendas em vídeos e placas, sem nenhum pronunciamento sobre qualquer oficialização da Fifa corroborando a conquista como um Mundial.
Nas homenagens, ignorar César Maluco, possível candidato a vice-presidente pela oposição, foi o segundo fato mais comentado, superando só o desacerto com Ronaldinho. Presente na festa, o ex-atacante gargalhava e ouvia conselheiros gritando “César, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver”.
O palco em que César Maluco não subiu recebeu José Maria Marin, presidente da CBF que deu um longo e confuso discurso antes de entregar uma placa de homenagem da entidade nacional ao agora centenário clube. Nobre se disse emocionado depois de receber o objeto das mãos de Marin.
Antes, Nobre adotou discurso similar ao que usou na Câmara Municipal na segunda-feira, demonstrando otimismo. “Não tenho dúvida de que o segundo século da Sociedade Esportiva Palmeiras, que se inicia nesta terça-feira, será tão glorioso ou vitorioso como foi o primeiro”, apostou.
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, também mostrou sua paixão pelo clube. Subindo ao palco vestindo verde e branco. E, ao contrário de César Maluco, o mesatenista Hugo Hoyama e o ex-judoca Henrique Guimarães receberam homenagens por seus feitos, simbolizando um Palmeiras que não se baseia só no futebol.
O ponto alto de vibração, contudo, foi quando foram chamados Mazzola, Ademir da Guia, Luis Pereira, Dudu, Jorginho Putinatti, Evair e Marcos. Ademir e Marcos tiveram seus discursos comemorados como gols, assim como Mazola, ao se dizer com sangue verde. Os vídeos relembrando a história do maior campeão da história do futebol brasileiro também foram recebidos com intensa euforia.
Entre quem representa o clube atualmente, estiveram presentes o goleiro Fernando Prass, o zagueiro Lúcio, os auxiliares Sergio Santín e Alberto Valentim e o preparador físico Néstor Bonillo.
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