Lucio acha que formação com três atacantes deixa o time muito exposto na defesa (Foto: Marcos Ribolli)
Ansioso por dias melhores no comando técnico do Palmeiras, Ricardo Gareca inovou, ou pelo menos tentou inovar. No último sábado, o argentino escalou uma formação com três atacantes, dois meias e apenas um volante de marcação.
A tática ofensiva diante do Internacional não acabou dando resultado, já que os gaúchos venceram por 1 a 0, em duelo disputado no Pacaembu, e mantiveram o Verdão ameaçado pela zona de rebaixamento.
Capitão da equipe, o zagueiro Lúcio evitou polêmica com o atual comandante, mas admitiu que o sistema defensivo do Palmeiras ficou exposto com a aposta do treinador.
- É complicado, o time fica exposto. Mas a decisão é dele e do presidente. Nós não temos autonomia para se envolver nesses assuntos. Nós temos de entrar em campo e fazer o melhor.
A partir de agora é procurar buscar aquele algo mais, independentemente de tática ou técnica. Temos de jogar com mais esperança e determinação para sair dessa situação - disse o defensor, que desconversou ao ser questionado se o ideal para o Verdão neste momento é ter uma tática mais cautelosa.
- Isso é uma resposta técnica e quem tem de dar é o treinador. Nós temos de obedecer as ordens táticas e foi isso que ele passou para nós. Tentamos fazer o melhor - completou.
Em entrevista coletiva após a derrota, Ricardo Gareca foi questionado sobre a tática ofensiva diante do Internacional e não recuou. O argentino falou grosso e afirmou que vai permanecer com seu estilo até o fim.
- Eu jogo para ganhar. O Palmeiras é um time grande, não tem que se defender. Não quero essa mentalidade para o Palmeiras. Pelo menos comigo não. Temos de sair para ganhar em qualquer cenário e ter um time para ganhar, mentalidade de time grande. O Palmeiras é o clube com mais títulos do Brasil.
Em um momento difícil como esse temos de ter mentalidade ganhadora. Em meu país sempre tive time que tratava de jogar bem e não esperar a partida. Do contrário, tem de contratar outro - analisou.
Fora de campo, a diretoria vive momento de grande pressão. Após a partida, o gerente de futebol, Omar Feitosa, quase foi agredido por um conselheiro quando deixava um dos camarotes do Pacaembu. Torcedores xingaram o presidente Paulo Nobre e entoaram coros contra o atual momento do clube.
Nos vestiários, o diretor executivo José Carlos Brunoro descartou qualquer problema de relacionamento entre atletas e comissão técnica e ressaltou a importância do papel desempenhado por Lúcio no clube.
- Em relação ao grupo, eu não estou no dia a dia, mas tenho informações de que não existe problema. O Lúcio é experiente, tanto que ganhamos do Coritiba em seguida (quando o capitão cobrou publicamente o time).
São situações para mexer com o brio. Ele tem um respeito impressionante do grupo, a garotada olha como se fosse algo de outro mundo. Foi positivo - finalizou.
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