Nobre sofre pressão por demissão, e Gareca deixa de ser intocável

1/9/2014 07:37

Nobre sofre pressão por demissão, e Gareca deixa de ser intocável

Conselho de Orientação e Fiscalização solicitou a saída do treinador na última sexta-feira, e presidente deverá ouvir novos pedidos em reunião no Conselho Deliberativo

Nobre sofre pressão por demissão, e Gareca deixa de ser intocável

Gareca não consegue fazer o Palmeiras render (Foto: Reginaldo Castro/LANCE!Press)



É cada vez menor o número de defensores de Ricardo Gareca no Palmeiras. Paulo Nobre ouviu pedidos pela demissão do argentino na sexta, em reunião do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF), e a pressão deve crescer na noite desta segunda, agora em reunião do Conselho Deliberativo.



Em maio, quando Kleina foi mandado embora, o cenário era o mesmo.



Seja qual for o tema, as "cornetadas" são recorrentes no clube e nem sempre interferem em decisões da diretoria, mas o impacto cresce com a proximidade da eleição, prevista para novembro. Os votos para presidente serão dos sócios, mas os conselheiros mantêm influência nos bastidores: uma chapa com pequeno apoio entre eles dificilmente vencerá a disputa e pode até ser impedida de concorrer (veja mais abaixo).



César Maluco, que faz parte da chapa de oposição liderada por Wlademir Pescarmona, diz já ter escolhido um novo técnico, que é brasileiro.



Contrariar opiniões quase unânimes pode ser um tiro no pé para Paulo Nobre, que tentará se reeleger. Em agosto, ele cedeu à pressão para demitir o diretor de marketing Marcelo Giannubilo. O diretor-executivo José Carlos Brunoro e o gerente de futebol Omar Feitosa, também criticados, não devem ficar para 2015.



Em Gareca, o mandatário segue apostando, mas o técnico já perdeu o status de intocável - tem apenas três vitórias, um empate e oito derrotas, além de estar lutando contra a degola no Brasileiro e em desvantagem nas oitavas da Copa do Brasil, contra o Atlético-MG.



Antes de pensar em romper o contrato, a diretoria vai sugerir mudanças nos métodos de trabalho. Se não der certo, as chances de demissão serão grandes.



- Levar do jeito que está não pode, isso não quer dizer que tenha que trocar treinador. A reação tem que ser imediata, alguma coisa realmente precisa mexer com brios, com o moral, até sistemas se não estiver funcionando - disse Brunoro, que está mais afastado do departamento de futebol, enquanto o vice Maurício Precivalle tomou a frente.



- Nossa tendência é manter treinadores. Lógico que em tudo há um limite, mas neste momento não estamos pensando nesse limite - completou Brunoro, em discurso praticamente idêntico ao que Gareca vinha adotando até sábado, quando se comprometeu a ir com o Palmeiras "até as últimas consequências" se a diretoria não mandá-lo embora.



As eleições:

Os candidatos - Wlademir Pescarmona e Luiz Carlos Granieri já confirmaram candidatura, e Roberto Frizzo deve fazê-lo nos próximos dias. Nobre deve tentar reeleição em novembro.



O filtro - Todas as chapas precisam ser aprovadas por, pelo menos, 15% do Conselho Deliberativo, que hoje conta com cerca de 280 pessoas. Assim, é necessário ter cerca de 40 votos para concorrer. Deve ocorrer em outubro.



Mudança - As chapas agora são fechadas: não é possível votar em presidente de uma e vices de outra. Além disso, pela primeira vez os sócios votam.







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