Cerca de três horas após comunicar Ricardo Gareca de sua demissão, Paulo Nobre concedeu entrevista coletiva na qual se recusou a assumir a contratação do técnico como um erro. O presidente, inclusive, disse ter certeza de que o dispensado argentino daria certo no Palmeiras se tivesse permanecido.
“O Gareca é um técnico que, em médio e longo prazo, daria supercerto, como deu no Vélez. As situações no Brasil e na Argentina são similares. Se o técnico faz contrato de vencimento de um ano e ficou cinco no Vélez é porque tem muita competência e teria dado certo aqui”, indicou o dirigente.
Embora descarte qualquer consequência da pressão que recebeu para trocar de treinador, o mandatário ficou com medo de manter Gareca e, com a equipe fora da zona de rebaixamento do Brasileiro somente por critérios de desempate, não ter mais tempo de agir em busca da permanência na primeira divisão.
“Em longo prazo, daria certo, mas o Campeonato Brasileiro já está na sua metade e o Palmeiras está em uma situação muito incômoda na classificação. Se tomássemos uma atitude mais para frente, poderia ser tarde demais. Preferíamos ser proativos, não reativos”, conversou, recusando-se a admitir erros até na renovação com Gilson Kleina, que assinou contrato em dezembro e foi demitido cinco meses depois.
“Quando renovamos com o Kleina e quando contratamos o Gareca, estávamos convictos de que fazíamos o melhor para Sociedade Esportiva Palmeiras. O Gareca é um excelente técnico, o currículo dele diz isso, é muito vitorioso na Argentina. Infelizmente, os resultados não deram certo no tempo em que imaginávamos”, lamentou.
Demitindo um treinador contratado há três meses, após oito derrotas, um empate e quatro vitórias, Nobre, que não admite erros, crê que, mais uma vez, acerta. “Não é o ideal trocar de técnico no decorrer de uma competição, foge também à nossa filosofia de trabalho, mas chegamos à conclusão de que, com os resultados não acontecendo e sem enxergarmos evolução no time, a melhor hora para troca seria agora, não adiante. Essa diretoria pode errar por ação, mas não vai errar por omissão”, avisou.
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