Nobre usou entrevista para garantir que time não cai, mas quase 70 conselheiros querem mais explicações (Djalma Vassão/Gazeta Press)
Em entrevista coletiva na segunda-feira, horas após demitir Ricardo Gareca, Paulo Nobre se baseou na força da torcida para garantir que o Palmeiras não será rebaixado. Mas quase 70 conselheiros querem mais explicações. Foi protocolado em nome desses membros um pedido urgente de reunião extraordinária do Conselho Deliberativo para discutir o futebol do clube.
“Solicitamos o imediato agendamento de uma reunião do Conselho Deliberativo da Sociedade Esportiva Palmeiras, objetivando que tenhamos debates e deliberações sobre a péssima campanha realizada no Campeonato Brasileiro de Futebol por nossa equipe”, diz o texto.
Foi encaminhado com o documento uma carta para o presidente do Conselho Deliberativo, Antonio Augusto Pompeu de Toledo, reiterando a solicitação de uma “convocação – em caráter de urgência – de reunião extraordinária para discutir assuntos relativos ao Departamento de Futebol profissional da SEP pois, como é de conhecimento público, fazemos uma campanha absolutamente incompatível com nossa centenária tradição de vitórias, de lutas e de glórias, com sérios riscos de sermos rebaixados a uma divisão inferior pela terceira vez.”
Para que a reunião extraordinária pleiteada por cerca de 25% dos 278 conselheiros ocorra, é necessário o consentimento de Antonio Augusto Pompeu de Toledo.
A votação presidencial deste ano será feita pelos sócios do clube, em novembro, mas, além da influência de conselheiros sobre os associados, é necessário que cada candidato passe em outubro por um filtro do Conselho Deliberativo. E o órgão tem diversas reclamações em relação a Paulo Nobre.
Na última reunião do Conselho, realizada na segunda-feira, a maneira de pagar os cerca de R$ 120 milhões emprestados pelo presidente Paulo Nobre ao clube foi decidida no clássico “senta e levanta”. A medida desagradou alguns membros, que preferiam a votação nominal para deixar claro perante os demais a posição de cada um.
Durante a reunião, o presidente ainda distribuiu um kit com brindes alusivos ao centenário. Alguns conselheiros, considerado a medida eleitoreira, recusaram o agrado como forma de protesto.
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