Levir revela briga com Ronaldinho: "Não quer pagar preço da preparação"

Técnico do Atlético-MG diz que saída do jogador foi boa para os dois lados, e acredita que seria difícil motivá-lo. Dorival afirma que gostaria de treiná-lo

Ronaldinho assinou contrato de dois anos com o Querétaro, do México (Foto: Reprodução / Twitter)



Pouco mais de um mês após a saída de Ronaldinho Gaúcho do Atlético-MG, o técnico Levir Culpi revelou no “Bem, Amigos!” que teve uma briga com o jogador, mas que não chegou a ser um grande problema.



Na verdade, o atual comandante atleticano viu na saída do jogador um bom negócio para as duas partidas, e acredita que seria difícil Ronaldinho encontrar motivação para o restante da temporada. Ele ainda acredita que, como marketing, a chegada do meia-atacante ao Querétaro, do México, será válida.



- Não tive problema. Tive uma briga, mas não tive problema (com o Ronaldinho). Essas coisas gosto de conversar diretamente com os jogadores quando tenho um problema profissional, algo que aconteça. A saída dele foi “ok”, do jeito que tinha que ser. Seria difícil ele se motivar novamente nessa temporada e acho que foi bom para os dois lados o que aconteceu.



Na última sexta-feira, o clube mexicano e o próprio jogador revelaram um acerto por dois anos, e a estreia pelo Querétaro está confirmada para a próxima sexta-feira, diante do Puebla, pela oitava rodada do campeonato local.



A última partida oficial de Ronaldinho foi no dia 23 de julho, quando o Atlético-MG venceu o Lanús e conquistou a Recopa Sul-Americana. Levir Culpi revelou ainda uma conversa com o preparador do Galo para avaliar a motivação de Ronaldinho.



- O Carlinhos Neves (preparador físico do Atlético-MG) me falou uma coisa interessante: o problema do Ronaldo nesse momento é que ele quer jogar futebol mas não quer pagar o preço da preparação que o futebol exige nos dias de hoje.



Um dia falei com o Ronaldo que não gostaria de ter a sua vida. Fomos para China e ele não consegue sair na rua, tem fã clube até na China. Ele tem que andar sempre com dois seguranças.



A vida privada dele é complicada, entendo quando ele tem esses altos e baixos. Sinceramente, seria muito difícil ele, aqui no Brasil, voltar a jogar o que jogou na temporada passada com o Atlético-MG.



Apesar de questionar a motivação para jogar em alto nível, Levir Culpi elogiou a qualidade do jogador, que usará no México a mesma camisa 49 que usou no Galo.



- Joguei no México. Querétaro é próxima da Cidade do México. O cara que é dono do time é milionário, dono de tudo. Vai ter um impacto inicial muito grande. No marketing vão ganhar.



No aspecto de retorno técnico vai depender da motivação do Ronaldo. Ele tem bola para jogar, ele é mágico. (...) Nós temos que reconhecer a qualidade desse atleta. O Ronaldinho foi duas vezes melhor do mundo e, no Atlético-MG, ele teve uma coisa que o ajudou muito a produzir: ele teve um problema com a mãe e a torcida do Atlético meio que abraçou o Ronaldo, e ele ficou muito emocionado com aquilo.



E isso foi um fator motivacional para ele muito interessante, numa hora em que o Atlético precisava e ele também.



Também presente no “Bem, Amigos!”, o técnico Dorival Júnior quase comandou Ronaldinho nessa temporada, já que por muito pouco o jogador não fechou com o clube paulista. Apesar de dizer que gostaria de ter trabalhado com o meia-atacante, o treinador alviverde lembra que seria preciso que ele se empenhasse como todos os demais do elenco.



- Depende dessa colocação do Levir. A motivação do profissional é que pode fazer com que ele seja tão produtivo quanto foi em temporadas passadas. Gostaria de ter trabalhado com Ronaldo. Cheguei no Flamengo e ele estava de saída.



Gostaria por tudo que já vi ele fazer, mas é natural que ele teria que ter uma condição, uma preparação necessária, porque a preparação do Palmeiras também é grande.