Em menos de uma semana após a derrota por 2 a 0 para o River Plate, pela Libertadores, que deu a classificação à final ao Palmeiras, a equipe teve dois jogos fundamentais na luta pelo título do Brasileirão: contra Grêmio e Corinthians.
Quem esperava um elenco abalado por conta do drama vivido contra o River, viu o contrário: duas ótimas atuações, que resultaram no empate em 1 a 1 com os gaúchos e a goleada por 4 a 0 sobre o rival. Nesta quinta, o duelo com o Flamengo, às 19h, em Brasília, completa a sequência de "decisões" no Brasileiro.
Mas como aconteceu essa recuperação tão rápida, sobretudo psicologicamente? O técnico Abel Ferreira explica:
– Cada jogo tem sua história e os jogadores sabiam que precisavam passar adiante, limpar as cabeças, aprender com o que se passou. Tínhamos uma vantagem contra o River que psicologicamente estava lá instalada. Já falei da dor da perda, que é maior que a dor do ganho – disse ele.
Quem também tem feito um trabalho importante nesse sentido no Palmeiras é a psicóloga Gisele Silva. Ela está no clube desde 2009, sempre nas categorias de base ou em outros esportes, mas foi promovida ao profissional no fim do ano passado.
Gisele tem realizado essa função de cuidar da parte psicológica dos atletas. Nos vídeos de bastidores divulgados pelo Palmeiras é possível vê-la frequentando o vestiário antes e depois das partidas, assim como no dia a dia dos treinamentos.
O técnico Abel Ferreira dá muita importância à parte psicológica dentro de um time de futebol. É muito comum vê-lo citando esse lado em suas entrevistas desde que chegou ao Verdão.
Ele, inclusive, trabalha com um mantra que também foi importante para o Palmeiras não se abater após a quase tragédia contra o River: o lema das 24 horas.
Para o treinador, a equipe tem apenas 24 horas para se lamentar por uma derrota ou comemorar uma vitória. A partir disso, o foco é total no próximo jogo.
Foi exatamente isso que o Palmeiras fez nos dois confrontos após a semi da Libertadores.
– Sei como sou. Ganhando encaro de forma normal, não consigo ter o mesmo sentimento na perda e no ganho. Muitas vezes temos pessoas que nos cumprimentam e falam que você fez um bom trabalho. Podem ser cinco, seis, dez pessoas. Mas se um fala que você não presta, vamos para casa focados no que esse disse, em vez de valorizar os elogios. O ser humano é assim. Temos que usar o que temos no meio das duas orelhas a nosso favor – explicou.
Nesta quinta-feira, contra o Flamengo, em Brasília, o Palmeiras terá mais um duelo que pode ser decisivo nas aspirações de título brasileiro. Ao menos mentalmente, a equipe se mostra recuperada e mais do que preparada.
Palmeiras, Duelo, Flamengo
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