Conheço alguns palmeirenses que entraram em ‘recesso’ nesta temporada, após a eliminação do time na Copa do Brasil e por causa da má campanha no Campeonato Brasileiro, sempre no fio da navalha. A ruindade de alguns de seus jogadores e a falta de entrosamento do elenco com o então técnico Ricardo Gareca fizeram com que muitos torcedores ‘abandonassem’ a equipe, ou pelo menos falassem isso em público para mostrar o tamanho da sua indignação. Até que surge Dorival Júnior, desemprego desde o ano passado, com altos e baixos na carreira, sem se firmar em clube algum. Mas como toda mudança traz um ponta de esperança, reencontro os mesmos palmeirenses apegando-se ao trabalho do técnico. O amigo Cesar Sacheto, da Rádio Estadão, fez uma boa comparação em uma de minhas visitas à redação.
Ele disse que Dorival Júnior é uma espécie de Tite de 2010, quando o treinador, hoje reverenciado por causa de suas conquistas no Corinthians e de um período de bons serviços prestados ao clube do Parque São Jorge, vivia tentando se firmar num dos grandes. No próprio Palmeiras, Tite teve dificuldades. Lembro-me de uma chegada sua com o time no aeroporto de São Paulo onde teve problemas com a torcida, revoltada que estava com o seu trabalho.
O Palmeiras aposta todas as suas fichas nesse returno de Brasileirão e, como já disse aqui, somente para salvar a temporada. Sem a Copa do Brasil, eliminado em confronto com o Atlético-MG, o Palmeiras joga para não ser rebaixado no ano do seu centenário, o que já estará de bom tamanho dado o cenário neste momento. O único que conseguiu sair do fundo do poço para figurar em posições mais acima e até sonhar com voos altos é o Flamengo, de Vanderlei Luxemburgo, que também tem um time bem fraco nas mãos, mas conseguiu trabalhar um esquema de jogo que pudesse somar pontos – na última rodada, perdeu para o Grêmio.
CRICIÚMA
Contra o Criciúma, em casa, Dorival Júnior vai tentar sua primeira vitória no comando do Palmeiras. O jogo é bom porque tem concorrência direta com um time que também tenta se safar da degola. É o chamado jogo dos ‘seis pontos’, porque o vencedor ganha três e impede que o adversário some três. É a esperança que se renova.
O único senão, me desculpem os palmeirense, os que conheço e os que não conheço, é que apesar da troca de comando, os jogadores continuam os mesmos, com seus vícios, dificuldades e pouca técnica.
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