Valdivia foi expulso contra o Flamengo, no empate por 2 a 2
Mesmo abatido por outra derrota no Brasileirão, o Palmeiras ganhou um alento para lutar contra mais um rebaixamento. Valdivia foi julgado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e, em vez dos temidos 12 jogos de suspensão, o atleta foi punido com duas partidas por ter pisado em um jogador do Flamengo – uma ele já cumpriu.
A presença do meia para a reta final agrega ao time na parte técnica e na psicológica, pois o chileno é parte importante do trabalho do coach esportivo Lulinha Tavares, contratado pelo clube para ajudar na reação.
Com Valdivia em campo, o Palmeiras tem aproveitamento de 41% dos pontos. Sem ele, o índice cai para 29%. As exibições de talento do chileno, porém, costumam se confundir com as ações de destempero, como a ocorrida diante do Flamengo, julgada nesta segunda-feira, no Rio, e cuja pena deixou o jogador aliviado.
"Falaram em pena entre quatro e 12 jogos de suspensão. Mas terminei com dois jogos e arquivado em ato hostil. O saldo, então, não foi tão negativo assim", disse o meia.
Valdivia foi a julgamento por ter pisado em Amaral, lance que lhe causou a expulsão no jogo. O palmeirense foi denunciado por agressão, artigo em que a pena prevista varia de quatro a 12 partidas. Porém, o relator do processo, Douglas Blaichmann, alterou o caso para ato hostil, cuja suspensão pode ser de até três partidas.
Como já ficou fora de uma rodada, o chileno deve ser ausência somente do jogo de quinta-feira, contra a Chapecoense, no Pacaembu. Apesar disso, o Palmeiras estuda recorrer da sentença. "Um pisão teria gerado piores resultados. O que o Valdivia fez ali não matava uma formiga", afirmou o advogado do clube, André Sica.
Livre dos tribunais, Valdivia retorna a São Paulo para participar dos encontros do elenco com o coach esportivo contratado pelo clube para ajudar na reação. "O Valdivia exerce uma liderança e é muito importante para o grupo", disse Lulinha Tavares, ex-jogador e pós-graduado em Psicologia do Esporte.
Tavares se encontra nesta semana com o time para uma nova sessão de terapia. Nela, o objetivo é estabelecer metas atingíveis em curto prazo para ajudar no resgate da autoestima.
"Pensamos no futuro para olhar para frente e esquecer os problemas. Procuro dar o suporte. O coaching não dá a vitória, mas, sim, ajuda o atleta a ter consciência", explicou Tavares, que pede para não ser chamado de "motivador".
O trabalho dele com o Palmeiras começou na última semana e foi elogiado pelo grupo. No primeiro encontro, o coach exibiu um vídeo e organizou uma gincana para conhecer os atletas. "O Palmeiras não pode se abalar por eventuais derrotas e entender que não é o momento para evidenciar características negativas", explicou.
Tavares já fez trabalho semelhante em 20 clubes e tem entre seus clientes atuais o atacante Aloísio, ex-São Paulo, e o goleiro Paulo Victor, do Flamengo.
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