[OFF] Solução? Clube paulista forma próprio técnico e propõe fim de 'roda viva'

Para superar rotina incessante de troca de treinadores no futebol brasileiro, Nacional Atlético Clube efetivou profissional que dirigiu sub-15, sub-17 e sub-20 e alcançou objetivo

Técnico Carlinhos dirige atualmente o profissional do Nacional (Foto: Ruben Fontes Neto/Federação Paulista de Futebol)



A incessante troca de técnicos dos clubes brasileiros gera debates em todos os níveis, da Seleção Brasileira à Quarta Divisão do Campeonato Paulista, passando pelo Campeonato Brasileiro da Série A, recordista em dispensas em 2014, e também a Série B, que conta com a Portuguesa, um clube que trocou de comando seis vezes durante a temporada. Pensando em dar um fim à "roda-viva" de técnicos, um modesto clube de São Paulo colocou em prática sua receita: formar em casa seus próprios comandantes.



Contratado para dirigir o time sub-15 do Nacional Atlético Clube em 2013, o técnico Carlinhos foi ganhando a confiança da diretoria, passou pelo sub-17, esteve à frente do sub-20 na disputa da Copa São Paulo de Juniores, em janeiro deste ano, e, logo depois de fazer a equipe passar de fase na Copinha, assumiu o profissional. Com Carlinhos, o clube sediado no bairro da Barra Funda garantiu vaga na decisão da Série B do Campeonato Paulista e, assim, vaga na A3 do Estadual - essa condição ainda permite ao clube disputar a Copa Paulista (antiga Taça FPF, em que o campeão vai para a Copa do Brasil) e a elite do Campeonato Paulista sub-20.



- As pessoas devem dar mais importância a quem conhece o clube. O Nacional fez isso porque eu conhecia todos os jogadores da base. Acreditaram nisso. E olha que enfrentei pessoas que foram meus treinadores. Luis Carlos Ferreira, Lelo... Por isso ficamos mais felizes - disse Carlinhos, que se emocionou durante entrevista ao LANCE!Net relembrando ex-comandantes de sua carreira.



Carlinhos se aposentou como jogador em 2004, quando vestia a camisa do Nacional. Desde então, passou por Matonense, Guariba, Jaboticabal, Batatais e até o sub-17 do Corinthians antes de chegar ao Naça. No clube paulistano, o profissional de 46 anos assumiu o time profissional e faz a diretoria confiar em uma mudança de paradigmas no futebol nacional.



- O Carlinhos foi treinador do infantil, passei para o juvenil, e depois ele disputou a Taça São Paulo de Juniores. Foi uma aposta muito boa, porque é um treinador competente, humilde, trabalhador, que conhece bem a forma do nosso time.



E o Nacional também tem esse expediente, de formar treinadores dentro do clube, sair da mesmice. O pessoal não acredita nos treinadores da base, mas nós fugimos da roda viva - afirma o dirigente Paulo Tognasini, que foi treinador na base do mesmo Nacional e vice-campeão da Copinha de 2005.

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