Calendário cheio de shows no Allianz Parque desafia Palmeiras na reta final do Brasileiro

4º melhor mandante do Brasileirão, com 37 pontos conquistados em casa até agora, o Palmeiras fez do Allianz Parque uma "fortaleza" durante todo o torneio. Nos últimos jogos, porém, a equipe alviverde, que ganhou 11 e só perdeu uma vez em seus domínios até agora, vem sofrendo com o gramado ruim, graças aos shows musicais que sua arena também recebe. E isso deve se manter nesta reta final de torneio, já que o calendário de espetáculos segue cheio.



No dia 6 de novembro, por exemplo, o time palestrino tem mais um jogo decisivo, contra o Internacional, pela 34ª rodada do torneio. Só que, cinco dias antes, haverá um show da cantora norte-americana Maria Carey, que certamente irá desgarstar ainda mais o já maltratado gramado.



Situação pior ocorre para a partida do dia 20 de novembro, contra o Botafogo, que pode ser o jogo do título palmeirense, caso o elenco comandado por Cuca, invicto há 15 partidas, siga repetindo seus últimos resultados.



Este jogo será antecedido por dois mega concertos da banda de rock americana Guns N' Roses, que estão marcados para dia seguidos (11 e 12 de novembro) e vão, a exemplo do que fizeram os espetáculos recentes do tenor italiano Andrea Bocelli, detonar o campo da arena alviverde.



O gramado está tão ruim que a diretoria palmeirense reclamou publicamente dele no último domingo, após a vitória por 2 a 1 sobre o Sport, pedindo mais "carinho" à WTorre, empresa que construiu o estádio e o administra - e ameaçando até mandar as partidas do Brasileiro em outro local, como o Pacaembu.



"Pedimos um carinho a mais. Existem shows no mundo inteiro, em todos os estádios, não é possível que só aqui não conseguem manter (o gramado). E vai ter outro show agora. Não queremos radicalizar, sei lá, mas tirar o jogo daqui, fazer alguma coisa. Hoje prejudicou o espetáculo acima de tudo", afirmou o diretor de futebol Alexandre Mattos.



O técnico Cuca seguiu na mesma linha.



"Hoje não encontramos a melhor forma de jogar. O que vou falar pode parecer desculpa, mas quando precisamos jogar um jogo jogado, com qualidade, o campo não te deixa. E o Sport tinha muita vantagem quando passava as linhas com bolas longas. Não tive a velocidade que estou acostumado à frente", reclamou o treinador.



O zagueiro Edu Dracena, por sua vez, defende que o Palmeiras siga mandando suas partidas no Allianz Parque, mesmo com o gramado ruim. De acordo com o defensor, a equipe palestrina tem que saber "tirar proveito" de todos os fatores possíveis.



"Não tem como (sair do Allianz Parque neste momento). É título, reta final, torcida comprando ingressos, e treinador sabe tirar proveito disso. É aquele discurso do contra tudo e contra todos. O técnico vai saber levar isso até o final", bradou.



"É difícil decidir (onde jogar). A Arena é mais perto (a arquibancada do campo), o time está acostumado. O Pacaembu é mais afastado, mas tem um gramado muito bom. Mesmo assim eu correria o risco de jogar na Arena", acrescentou.



Apesar disso, Dracena admitiu que o futebol ruim que o Palmeiras vem apresentando nos últimos jogos, mesmo com vitórias, se deve em parte às irregularidades do "tapete".



"Prejudica, sim. Atrapalha o espetáculo, atrapalha para dar um passe. A maneira como é o futebol hoje, sem muito espaço, perder um segundo faz uma diferença muito grande na hora de matar a bola, olhar o companheiro e tocar. E um campo desse, acaba dificultando muito a maneira de jogar", ressaltou o experiente jogador.