BLOG: Quem é o Deyverson?

DEYVERSON: Sou um carioca que cresceu no bairro de Santa Margarida, em Campo Grande. Sou o caçula de três filhos. Meu pai, seu Mamaô, foi a grande referência para todos nós. Ele era goleiro no futebol amador e me deu a maior força para virar jogador.



Que tipo de força?

Ele estava comigo em todos os treinos e momentos. Foram várias as vezes em que ele deixava de pôr dinheiro em casa para eu ir fazer algum teste. Tinha os gastos com passagem de ônibus, alimentação… a gente teve uma infância bem difícil.



Você foi o primeiro a virar jogador depois de seu pai?

Não, porque eu era o caçula e meu irmão mais velho, o Anderson, também jogou como goleiro. Ele passou por Ituano, Sampaio Correa, Figueirense, São Cristóvão, Bahia… Já meu irmão do meio virou militar, enquanto eu decidi ser atacante.



E como sua carreira começou?

Eu cresci nesse meio e decidi fazer testes. Primeiro no Tigres, depois no Santa Cruz, até que fui parar no Grêmio Mangaribense. Fiquei três anos por lá, no amador e depois no profissional. Até o dia em que um olheiro foi ver um jogo contra o São Gonçalo e me levou para o Benfica B.



E você passou no teste em Portugal?

Eram 15 dias de testes e foi tudo bem difícil para mim. A adaptação era compicada, com um idioma português diferente, a comida, a cultura…Até que, no último dia de teste, teve um amistoso. Em 15 minutos, fiz dois gols e o presidente do Benfica, mesmo não querendo, assinou comigo por cinco anos.



Por que não jogou no time principal do Benfica?

Fiz oito gols na minha primeira temporada, pelo Benfica B (na temporada 2012-13), e resolveram me emprestar ao Belenenses. Não joguei muito no primeiro e segundo anos, até que no terceiro, com o técnico Lito Vidigal, pude atuar e fazer o gol que salvou a equipe do rebaixamento.



Foi no Belenenses que você viveu a fase mais difícil da carreira, né?

Sim. Fiquei sete meses sem jogar, entre a primeira e a segunda temporadas, porque não acreditaram no meu potencial. Eu só treinava, correndo em volta do campo. Nem com bola me deixavam trabalhar. E aí comecei a pensar um monte de coisas, me perguntei por que tinha de passar por aquilo… cheguei a pensar em desistir. Mas dei a volta por cima e é por isso que eu sempre digo: nunca desista dos seus sonhos.



Por que você só jogou nove partidas no Colônia, da Alemanha?

Fiquei só seis meses lá, por empréstimo (de janeiro a julho de 2015). E dá para dizer que fiz boas partidas. Marquei dois gols, um deles pela Bundesliga e outro pela Copa da Alemanha. Então, voltei para o Belenenses e o Levante me comprou, em 2015, por 2 milhões de euros.



Foi aí que você encontrou seu melhor futebol na Espanha?

Sim. Fiz a melhor temporada da minha carreira pelo Levante, quando marquei nove gols. Mas o time acabou caindo para a segunda divisão e fui emprestado ao Alavés com opção de compra de 7 milhões de euros. E nesta última temporada, marquei sete gols, sendo sempre titular.



Com direito a gols no Real Madrid e no Barcelona.

Pois é. O gol contra o Real foi na nossa casa e acabamos perdendo. Mas o gol contra o Barcelona saiu no Camp Nou e vencemos por 2 a 1 logo na segunda rodada. Também marquei no Granada, Málaga, Bétis, Real Sociedad e Celta.



O que você sonha em alcançar como jogador?

Meu maior sonho é de chegar à seleção. É o que mais penso na minha vida, porque quero honrar a camisa do meu país ao lado de Neymar e companhia. O cara é a referência do nosso país e felizmente se tornou um parceiro. Tenho o contato dele e falamos de vez em quando.



Depois de jogar na Espanha, em Portugal e na Alemanha, quais as diferenças das três ligas?

Na Alemanha, o jogo é de mais contato, com bastante disciplina tática. Tudo bem rígido. Já na liga portuguesa, os pequenos jogando esperando pelos erros dos grandes. E na Espanha não há jogo fácil, embora seja bem legal de se jogar.

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15057 visitas - Fonte: Blog do Jorge Nicola

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