André Cunha, ex-Palmeiras, lembra quando São Marcos revelou que não enxergava direito; entenda

3/5/2020 16:34

André Cunha, ex-Palmeiras, lembra quando São Marcos revelou que não enxergava direito; entenda

Ex-lateral e meia de Verdão, Ponte e XV de Piracicaba confirma aposentadoria e vira professor de escolinha de futebol

André Cunha, ex-Palmeiras, lembra quando São Marcos revelou que não enxergava direito; entenda

O último aniversário de André Cunha, comemorado em 8 de abril, foi diferente dos anteriores. Não apenas pelo isolamento devido à pandemia do novo coronavírus, mas porque aos 41 anos, ele comemorou a data como ex-jogador pela primeira vez depois de duas décadas dentro dos gramados.







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Com passagens por Palmeiras, Ponte Preta, XV de Piracicaba, Fortaleza, entre outros clubes, principalmente do interior paulista, André Cunha, que foi revelado como lateral-direito, mas terminou a carreira no meio de campo. Decidiu que já era tempo de anunciar a aposentadoria e iniciar uma nova etapa da vida, como professor de escolinha de futebol para crianças em Araçatuba, sua cidade natal.



Sem atuar oficialmente desde 29 de março de 2019, quando entrou em campo no segundo tempo pelo XV de Piracicaba contra o Atibaia, pela Série A2, André Cunha passou por uma cirurgia no joelho, tentou se recuperar para voltar a jogar, mas o tempo inativo o fez amadurecer a ideia que era hora de parar.



- Na verdade, encerrar a carreira é difícil, não gostaria de ter parado, foi o que eu fiz a vida toda, gosto e amo o que eu faço, amo jogar futebol. Fui muito feliz, vivi momentos de felicidade, é bom estar nos treinos, sempre gostei muito disso, então a decisão de encerrar foi difícil, mas chegou o momento, foram 20 anos de profissão, como jogador de futebol profissional e acho que chegou o momento. Estava com saudades da minha família, da minha cidade também, eles ficavam longe, então não foi fácil. Ainda sinto saudades, mesmo depois de uns quatro ou cinco meses parado.



Ao fazer um balanço da carreira, André Cunha relembrou passagens marcantes, como a vez em que foi surpreendido durante um jogo da Libertadores pelo Palmeiras, em 2005, por uma revelação de Marcos, goleiro pentacampeão com o Brasil, de que tinha dificuldade para enxergar.



- Em Táchira, na Venezuela, contra o Deportivo Táchira, e o Marcos, goleiro, estávamos no segundo tempo, acho que nos 43, e apagou uns refletores, e ele era o capitão, o juiz veio falar com ele e estávamos perto, aí o juiz: "E aí, Marcos, dá para continuar?". Aí ele: "Não, não dá". E eu falei: "Ué, Marcos, vamos, faltam dois minutos, estamos ganhando o jogo". E ele falou assim: "Ô Tocha [ele me chamava de Tocha], você é louco, eu já não enxergo no claro, imagina no escuro". Eu comecei a rir no meio do jogo porque não sabia disso, que ele não enxergava direito, então isso é um fato que eu sempre lembro.



André Cunha defendeu o Palmeiras em 2005, quando foi titular a maior parte do tempo das campanhas que levaram o time ao nono lugar no Paulista, ao quarto no Brasileirão e às oitavas de final da Libertadores.



- Passar pelo Palmeiras pra mim foi um sonho, principalmente porque era um sonho de criança né, jogar em um clube grande de São Paulo, então ter realizado isso, pra mim foi motivo de orgulho, uma experiência muito grande, conviver com Marcos, com Sérgio, com Gamarra, Juninho Paulista, vários jogadores de nome. Acho que isso que me deu mais motivação para eu seguir para a minha carreira, para jogar até os 40 anos, isso marca na pele de um atleta, e pra mim não foi diferente. Vivi momentos bons e ruins no clube, mas realizei um sonho de criança lá, e isso ninguém vai apagar da história.



O Palmeiras pode ter sido o clube de maior expressão que André Cunha vestiu a camisa durante a trajetória como atleta profissional, mas o time mais marcante é outro:



- Foi o XV de Piracicaba, não tem como não ser. Foi o clube que eu mais atuei, criei uma identidade muito grande com a torcida, virei um ídolo. Quando eu estava jogando, não gostava de falar isso, mas agora que eu parei, acho que posso dizer isso, por todo o carinho que a torcida tem comigo, acho que não tem como, o clube fez uma camiseta em minha homenagem, com edição limitada. Fui campeão lá também, foi o clube em que mais joguei, como eu disse, mais de 120 jogos, onde fiz mais gols, então com todo esse envolvimento, não tem como. É um clube, uma torcida e uma cidade que vão estar sempre no meu coração e memória. Tenho um respeito, carinho e gratidão muito grande pelo clube.



André Cunha teve duas passagens pelo XV: entre 2011 e 2012 e depois de 2017 até se aposentar. De tantos momentos que viveu com a camisa alvinegra, ele guarda um especial. Era a estreia do Nhô Quim na volta ao Paulistão, em 2012, contra o Santos, no Barão da Serra Negra, e ele profetizou que sairia do banco para ser o herói da equipe. De pênalti, ele evitou a derrota em casa para o Peixe aos 45 minutos do segundo tempo.



- Eu estava no banco de reservas e falei no vestiário: "Vou entrar no segundo tempo, fazer um gol e vou comemorar igual o Pelé dando soco no ar". E aconteceu tudo isso. Entrei no segundo tempo, fiz o gol e comemorei dessa forma. Então são coisas que estão marcadas e sempre vêm na minha cabeça.



Ele também se recorda da primeira vez em um grande estádio, em 2004:



- Foi minha estreia pela Ponte Preta, no Morumbi. Eu estava acostumado a jogar segunda e terceira divisão, e jogar uma primeira divisão contra o São Paulo no Morumbi é uma coisa que eu não esqueço.







Sobre o futuro, André Cunha não descarta voltar a trabalhar com futebol profissional, mas fora das quatro linhas. Por enquanto, os únicos planos envolvem ensinar para crianças de quatro a 14 anos o que aprendeu nas quase duas décadas como jogador.



- Acho que você estar ensinando tudo que eu aprendi, poder cuidar delas, isso é legal. Estou dando escolinha para crianças, mas tudo que envolve futebol eu quero estar perto, eu gosto, vivi isso de perto, o sentimento de competição, é gostoso né. Então, quem sabe um dia, ainda possa acontecer, não sei se em um futuro próximo, algum convite, se preparar também para que eu possa evoluir nessa parte fora do campo também.





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