Arouca chegou ao Palmeiras como uma das principais contratações da temporada
Arouca chegou ao Palmeiras como uma das principais contratações desta temporada. Após imbróglio com o Santos na Justiça por falta de pagamento, o volante se acostumou rapidamente no novo time como se já tivesse anos de casa, embora esteja há pouco mais de dois meses na Academia.
Em entrevista exclusiva ao Estado, o jogador que mais vende camisas no clube fala sobre o que o torcedor pode esperar da renovada equipe comandada por Oswaldo de Oliveira, desabafa sobre o racismo no futebol, brasileiro e mundial, reclama da diretoria de seu ex-clube e explica porque não tem tantas oportunidades na seleção brasileira.
Como o Palmeiras chega para essa fase final do Paulista (o time encara o Corinthians)?
Estamos bastante preparados. Temos um elenco de qualidade e acredito que entraremos fortes. Estamos pegando entrosamento legal e vamos focar em cada jogo. Temos um grupo com bons jogadores e acredito que possamos conquistar vitórias importantes.
Muita gente fala que esse time está sendo preparado para ganhar títulos em 2016 apenas. Esse ano já dá para faturar algo?
Claro que dá. Acredito neste projeto que foi montado. Temos um elenco de muita qualidade e vejo que podemos conquistar títulos esse ano. É o nosso objetivo.
Você tem preferência em atuar como primeiro ou segundo volante?
Sinceramente, não não tenho. Depende muito da partida e do adversário. Tem jogos que dá para subir mais, mas tem outros que preciso ficar para ajudar na marcação e dar liberdade aos meias. O importante é desempenhar bem o meu papel, independentemente da posição.
Você e o Gabriel intercalam entre primeiro e segundo volante. Como funciona esse rodízio?
O Oswaldo (de Oliveira, técnico do Palmeiras) dá liberdade para nos acertamos e fazemos isso. A gente se fala muito durante a partida para não deixarmos o meio de campo vazio e sempre um de nós dois aparece na frente. Estamos nos entendendo legal e o fato de o treinador dar essa liberdade facilita.
A camisa com seu nome é a mais vendida neste início de ano. Esperava cair tão rápido nas graças do palmeirense?
Fiquei surpreso quando me falaram isso. Acabei de chegar e o elenco já contava com grandes jogadores. Estou longe de ser ídolo, mas fico honrado com essa marca. Quando saio com a minha família, encontro torcedores e eles sempre me tratam muito bem. Só tenho a agradecer por todo o carinho e a melhor forma de retribuir isso é correndo, me esforçando ao máximo e dando orgulho para os palmeirenses que tanto me apoiam.
Você viu de perto o Neymar surgir para o futebol em Santos. Sem querer comparar, claro, mas o Gabriel Jesus, seu colega no Palmeiras, é realmente diferenciado?
O Gabriel é um grande garoto e uma grande pessoa. Ele tem tudo para crescer, porque ele se dedica muito, tem qualidade e é diferenciado sim. Mas temos de ter calma com ele. Não podemos achar que ele vai entrar e resolver todos os problemas do Palmeiras. Ele vai dar muitas alegrias para os palmeirenses, não tenho dúvida, porque ele tem cabeça boa também e isso é fundamental para alguém tão jovem. Mas vamos com calma, como você disse, sem querer comparar com Neymar. Devagar, o menino vai ganhar o seu espaço.
Falando sobre racismo, você já foi vítima disso algumas vezes no futebol. Acha que o racismo um dia pode acabar?
A gente espera que sim, mas é mais um sonho do que uma certeza. Sonhar não custa nada. Toda semana a gente vê casos disso e quem poderia tomar uma decisão e punir os responsáveis não faz nada. Se ficar reclamando, só vai dar Ibope para quem quer aparecer. Não podemos deixar o racismo se tornar algo normal.
4611 visitas - Fonte: Estadão