Magoado, Valdivia detona a diretoria do Palmeiras: "Papinho furado"

3/8/2015 09:56

Magoado, Valdivia detona a diretoria do Palmeiras: "Papinho furado"

Em entrevista ao "O Estado de S.Paulo", meia critica postura da direção do clube na condução de sua saída. Departamento médico tem trabalho colocado em xeque

Magoado, Valdivia detona a diretoria do Palmeiras:

Valdivia vive seus últimos dias no Palmeiras. Contratado pelo Al Wahda, dos Emirados Árabes, o meia não esconde mágoa da diretoria do Verdão. Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal "O Estado de S.Paulo", o meia não poupou críticas aos dirigentes. Em especial ao presidente Paulo Nobre e ao diretor de futebol Alexandre Mattos.



– Vamos ser sinceros. Para fora, a diretoria falou que me queria e para dentro, quem cobre o Palmeiras sabe que eles não me queriam. E por falar em sinceridade, o Paulo Nobre sempre falava que eu tinha que me encaixar no contrato de produtividade, porque todo mundo que chegou se encaixou. Isso não é verdade. Vocês sabem que tem jogadores que não tem contrato por produtividade. Não sei porque ficar mentindo – falou o meia.



Uma das principais reclamações de Valdivia é o fato de muita gente considerá-lo mercenário. O desabafo do Mago sobre esse assunto também tem como alvo a diretoria.



– Vejo muita gente me chamando de mercenário e que eu estava enganando o Palmeiras, mas tive proposta milionária da China e não fui, enquanto a diretoria ficava com ‘papinho furado’ para agradar quem queria ouvir. Porque não me chamaram para conversar? Podiam ter feito como fizeram com o Barrios, que o Mattos foi até o Chile para contratá-lo. Eu estava uns 40 quilômetros de distância dele. Era fácil ir me encontrar e eu até podia mandar o dinheiro para ele ir lá falar comigo. Aí depois vem as pessoas falar que sou mercenário – comentou Valdivia.



O jogador ainda disse que Alexandre Mattos mentiu para ele em relação à negociação com Lucas Barrios e à possibilidade de uma conversa com ele no Chile.



– Aconteceu algo engraçado. Quando falei para o Mattos que o Palmeiras não me queria tanto que não foi negociar comigo como fez com o Barrios, ele me disse que já tinha contratado o Barrios há uns dois meses. Eu dei risada, porque ele realmente acha que jogador não se fala. Eu conversei com o Barrios e ele me contou que foi contratado durante a Copa América.



Valdivia afirma ainda que o Palmeiras deve dinheiro ao seu pai, responsável pelas negociações com o jogador. Magoado, o Mago relembra:



– Eles devem para o meu pai, pouco mais de R$ 1 milhão e já me avisaram que não vão pagar. Por falar em meu pai, na última reunião eu me desentendi com o vice-presidente o Maurício (Galiotte) porque ele disse que a renovação não aconteceu porque meu pai deixou de ir em uma reunião. Primeiro, que meu pai não foi na reunião porque meu avô estava com uma grave doença, tanto que morreu. E a única proposta que me fizeram foi aquela por e-mail.



Na entrevista, além das inúmeras alfinetadas na diretoria do Verdão, Valdivia revelou o salário, explicou sua saída e admitiu que teve uma briga feia, de fato, com Marcos Assunção.



Valdivia tem contado os dias para sua despedida do Palmeiras (Foto: Leonardo Benassato/Estadão Conteúdo)





Veja abaixo mais alguns trechos da entrevista de Valdivia ao Estadão:



SENTIMENTO

– Foram cinco anos maravilhosos. Vou levar guardadas as coisas positivas e as negativas valem como aprendizado. Aprendi a gostar do Palmeiras e a minha família aprendeu a amar o clube, tanto que meus filhos são palmeirenses. Agradeço a todo o carinho do torcedor neste período. Palmeiras é minha casa e infelizmente isso tudo chegou ao fim. Não queria que chegasse, mas dada muitas situações, a minha permanência não aconteceu.



MOTIVO DA SAÍDA

– Não vou ficar porque foi oferecido uma proposta que eu não aceitei e não teve segunda chance de me oferecerem algo novo. Por tudo aquilo que as pessoas falaram, que gostaria que eu ficasse por mais tempo aqui porque eu era importante, pensei que teria mais chances ou iria ter uma segunda proposta e não teve. Fiquei engasgado quando o presidente falou que o clube foi no seu limite. O limite foi uma proposta de R$ 120 mil fixo mais R$ 60 mil por jogo em que eu for titular. Os valores eu nem sei se são bruto ou líquido porque enviaram a proposta por e-mail.



PRODUTIVIDADE

– Sempre que falavam de produtividade eu falava que tinha que ver e saber o que vai acontecer quando eu for para a seleção, ou for poupado pelo treinador. E se alguém bate em mim e eu fico vários jogos fora, como aconteceu com o Vitor Hugo? Ele não está recebendo porque uma outra pessoa o machucou. Pedi para conversarmos sobre isso e não foi falado nada.



PAULO NOBRE E ALEXANDRE MATTOS

– Sempre apoiei o Paulo, até em sua reeleição, e sempre tivemos um bom relacionamento. Agora que complicou. Tenho mandado mensagens para falar com ele faz duas semanas e nada. O tempo que ele tem para dar entrevista falando sobre o Valdivia, ele poderia usar para falar comigo. O Mattos é um ótimo diretor e desejo que ele seja campeão pelo Palmeiras. Não vou falar mal dele publicamente. O que tinha para falar, já falei na cara.



PORTA DOS FUNDOS

– Na última reunião com meu pai, ele falou que eu tinha recebido uma proposta boa da Arábia e que se o Palmeiras não fizesse uma nova proposta, eu iria embora. Então, precisávamos decidir se eu treinaria separado, com o grupo e jogando ou com o grupo e sem jogar. O Mattos disse que o presidente decidiria. No dia seguinte, o Nobre deu entrevista falando que eu não fazia mais parte do elenco. Engraçado que ele ainda falou que o Palmeiras se sentia um pouco campeão da Copa América por mim, mas ele sequer me deu os parabéns, nem pelas redes sociais do clube.



COISAS BOAS X COISAS RUINS

– Falam que eu devo ao Palmeiras. Só esquecem que eu fiquei na Série B, mesmo podendo sair, fui agredido pela torcida, sequestrado. E agressão e sequestro são motivos que me permitiam rescindir o contrato sem precisar pagar nada e ainda poderia processar o clube, no caso da agressão. Tiveram coragem até de desconfiar do meu sequestro mesmo com imagens e polícia no caso. As pessoas que criaram uma palhaçada nunca me pediram desculpa por isso. Eu tomei infiltração várias vezes, arrisquei minha carreira e uma Copa do Mundo porque o Palmeiras estava na Série B e fiquei, ao contrário de outros.

Fiz coisas erradas, sim, claro. Mas pergunte ao departamento médico quantas vezes eu joguei sem poder jogar. Teve treinador, o Felipão, que falou que precisava de mim nem que fosse por cinco ou dez minutos que ele assumiria a responsabilidade, fato que não aconteceu e tudo sobrou para mim. Quando fiz cag... fui e falei. Faltou isso de outras pessoas.



PROBLEMA FÍSICOS

– Sim, mas será que a culpa é do Valdivia. Se é, porque está mudando toda a estrutura médica do Palmeiras? Acontecem coisas que as pessoas não ficam sabendo. No jogo com o Ceará, quando recebemos a taça da Série B, eu estava no banco sem nenhuma condição. A torcida pediu para eu entrar, o Kleina me chamou e entrei, mesmo o médico falando que eu não deveria jogar. Pode perguntar ao doutor Otávio Vilhena. Então, por respeito a quem pagou o ingresso para me ver, eu entrei, não joguei p... nenhuma, só arrumei confusão, mas entrei.



CORPO MOLE

– Nunca. Poderia ter feito corpo mole várias vezes. Cometi alguns erros, mas o que aconteceu é que comigo as coisas vazavam na mídia. Por exemplo, na semifinal do Paulista, o Zé Roberto não tinha chance nenhuma de jogar, mas divulgavam que ele ainda tinha uma chance e que ele foi reprovado na hora do jogo. Quando foi comigo contra o Santos, a gente combinou que o clube divulgaria que eu teria chance, mas na última hora eu sentiria, como a história que inventaram do Zé Roberto. Mas a minha história vazou logo de cara e já tinha site dando que eu estava fora.



SALÁRIO OU CHINELINHO: O QUE INCOMODA MAIS?

– O Valdivia sai para a noite e se machuca e tem um monte de jogador que você via na igreja e estava sempre machucado também. Posso não ter me cuidado no passado, mas isso é passado. Se eu invento lesão, os médicos têm que falar. Sobre salário, já falaram que eu ganho R$ 700 mil, R$ 600 mil e R$ 500 mil. Na verdade, recebo mais ou menos uns R$ 350 mil e quem falar que eu ganho mais, peço para entrar em contato com meu assessor e levo meu holerite.



ERROS DO PASSADO

– Saía quando não podia sair, mas isso foi em 2010 até, no máximo 2012. E minha mudança foi acontecendo naturalmente. Eu percebi que estava fazendo muita coisa errada e até pensei que as baladas poderiam ser o motivo de tanta lesão. Mas os exames mostravam que isso poderia atrapalhar na recuperação, mas não era a culpa de tanta lesão.



BRIGOU COM MARCOS ASSUNÇÃO?

– Sim. Os jogadores estavam bravos com ele, porque sempre ele falava que estava jogando no sacrifício, tinha outros atletas que também estavam jogando assim e ninguém falava. No fim, ele saía como o cara que estava se matando pelo time sozinho. A discussão foi sobre isso, porque o elenco estava chateado e o Assunção entendeu que eu era quem falava mal dele. O César Sampaio é testemunha.



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