Ótimo empate! Só se for para o treinador

17/2/2016 17:07

Ótimo empate! Só se for para o treinador

Ótimo empate! Só se for para o treinador

Ele tirou o Robinho. O Robinho! O único capaz de pensar, organizar, passar, lançar com qualidade. Ele tirou o Robinho!



Ele começou o jogo com 3 volantes e 3 atacantes. Montou um time sem nenhum meia. O setor mais disputado do futebol moderno, por onde todas as jogadas minimamente organizadas devem passar, ficou vazio!



Mas os 3 atacantes estavam lá. Afinal, esse é o único sistema existente no futebol atual. Três atacantes! Não importa se não tem ninguém pra entregar a bola pra eles. Os 3 atacantes que se virem!



De novo: 3 volantes, 3 atacantes, nenhum meia. Inacreditável!



E o Palmeiras saiu na frente. O Jean, que não é atacante, mas virou, fez o gol. O Dudu, que não é meia, mas virou, fez o lançamento.



Méritos do visionário técnico? Longe disso. Foi o único lançamento certo do Dudu. Foi a única finalização certa do Jean. Culpa dos jogadores? Longe disso. Levando em consideração o nível do futebol sul-americano, eles são muito acima da média.



O Jean nasceu para desarmar e distribuir o jogo. Passes curtos e precisos. Tentar uma finalização? De vez em quando, só quando aparecer uma ótima oportunidade pra isso.



O Dudu nasceu para driblar, passar em pequena distância, tabelar e ser incisivo. Lançar? De vez em quando, só quando aparecer uma ótima oportunidade pra isso.



E os dois tentam se adaptar às exigências do professor. O Dudu errou vários lançamentos. O Jean errou vários chutes. Às vezes conseguem acertar porque são ótimos jogadores. Mas essas não deveriam ser suas principais funções.



E o River Plate empatou. Em um pênalti. Cometido por Fernando Prass. Falta desnecessária. Culpa do goleiro? Longe disso. O técnico, só pra variar, tentou se justificar na entrevista coletiva: "Foi um lance infantil". Lance que só aconteceu porque o River, inacreditavelmente, voltou melhor no segundo tempo. Nível técnico infinitamente inferior, mas eles retornaram do vestiário comandando as ações. E empataram. Qualidade técnica, sem organização, acaba se perdendo. Foi isso o que aconteceu com o Palmeiras. E vem acontecendo desde junho de 2015. O fraquíssimo River empatou.



E o Palmeiras voltou a ficar na frente. O Alecsandro, que é escrachado por boa parte da torcida, ajeitou com categoria. O Gabriel Jesus, que estava jogando mal há muito tempo, finalizou com perfeição. Golaço. Do jovem atacante que, se tivesse uma comissão técnica mais competente, hoje já seria muito melhor do que é. Toma decisões precipitadas o tempo todo. Domina no peito, no alto, como poucos. Inicia a jogada sempre com muita qualidade. O primeiro drible é excelente. O passe final é quase sempre errado. Precipitado. Se tivesse alguém pra explicar o erro, seria muito mais fácil. Se tivesse alguém que soubesse que, nas categorias de base, ele se destacou em todos os lados do ataque, seria ainda mais fácil. Ele não nasceu pra ficar preso do lado esquerdo do campo. Tem talento para incomodar o lateral direito, depois ir lá importunar o zagueiro, passando pelo volante, o lado esquerdo da defesa adversária. Enfim, tem uma qualidade absurda para armar, driblar, finalizar. Não serve para o time profissional? Longe disso. Falta instrução.



E o River Plate empatou. De cabeça, em uma jogada de escanteio. O Jean marcava o autor do gol. Culpa dele? Longe disso. O jogador mais baixo do sistema defensivo do Palmeiras marcava o atleta mais alto do ataque adversário. Mais uma mostra da falta de organização do time. Aliás, tomar gols em bolas aéreas tem sido algo extremamente normal no Palmeiras, desde o ano passado. Sai zagueiro, entra zagueiro, sai volante, entra volante, e o erro persiste. Culpa dos jogadores? Longe disso. Falta treino adequado.



O Palmeiras há muito tempo joga mal. E, nos últimos dias, surgiu a teoria de que o técnico perdeu a confiança do elenco: "Tudo por causa da acusação ao zagueiro Leandro Almeida. O treinador jogou a culpa em um jogador. É por causa disso que o Palmeiras jogou mal contra o Oeste, o Linense, o River". Longe disso. Os jogadores tentam. Eles têm caráter, vontade e qualidade. Mostraram isso na Copa do Brasil. Mas, de novo: qualidade técnica, sem organização, acaba se perdendo. O Robinho, por exemplo, poderia ter entrado sem vontade na partida dessa terça-feira. Longe disso. Correu, tentou lutar, passar, lançar. Ah, Robinho... que pena de você. Seria muito mais fácil mostrar o seu talento em um time organizado. Time organizado? Longe disso.



Os torcedores mais crentes vão dizer: "Você está criticando o técnico bicampeão brasileiro, campeão da Copa do Brasil, duas vezes finalista da mesma competição com o Coritiba...". Sim, eu estou criticando esse técnico. E faço isso com muita dor no coração. Tinha certeza de que era um treinador diferenciado. Competente. Estrategista. Mais inteligente do que toda essa leva de comandantes brasileiros, antiquados, ultrapassados, atrasados. Mas... longe disso. Limitado. Insistindo em um esquema tático que TODOS veem que não dá certo no Palmeiras. INCAPAZ de perceber as qualidades de cada jogador e montar um time DE ACORDO com essas características. INCAPAZ de aproveitar as diversars opções que tem no elenco. INCAPAZ de mudar o esquema tático por causa das necessidades da partida. INCAPAZ de fazer o Palmeiras, infinitamente superior ao River, vencer um jogo importantíssimo na estreia da Libertadores. INCAPAZ de reconhecer que precisa mudar a forma de pensar. INCAPAZ de admitir que é hora de arriscar, tentar algo novo, transformar um time previsível em uma equipe surpreendente.



E, sobre esses torcedores mais crentes, eu faço um elogio. Os palmeirenses, nos útimos anos, têm sido imediatistas, passionais, às vezes até irracionais. Claro que isso foi reflexo da falta de títulos, mas sempre critiquei isso. Sempre fui EXTREMAMENTE contra a troca de técnicos. Quem, antes de me criticar, parar para pesquisar AQUI nesse blog vai ver que fui contra a demissão do Gareca, do Dorival Júnior e do Oswaldo de Oliveira. Por quê? Porque via algo no trabalho deles. O Gareca poderia ter dado certo se tivesse pego o time no início do ano, ou pelo menos um elenco com mais qualidade. O Dorival assumiu um time no buraco, na maior crise dos últimos tempos, sem nenhum talento em campo (tirando o imprevisível Valdivia) e tinha pouco mais de dois meses pra salvar o clube do rebaixamento. O Oswaldo pegou uma equipe montada do zero, 28 caras que nem se conheciam e, 4 meses depois, chegou na final do Paulistão, perdendo apenas nos pênaltis. Não acho o OO um técnico espetacular, mas esse sim, merecia mais tempo! Quanto ao atual técnico, simplesmente não vejo nenhum trabalho. Oito meses se foram e, em vez de o time melhorar, ele piora. Padrão tático não existe. Jogadas ensaiadas não existem. Triangulações, tabelas não existem. Variações táticas não existem. Mudanças criativas durante a partida não existem. Time? Não existe...



Aos mais crentes torcedores, mais uma vez faço o MEA CULPA. Difícil jogar fora a pré-temporada e todo o trabalho (que deveria ter sido) feito pelo atual treinador. Difícil mudar, mais uma vez, o comando no meio da temporada, durante a competição mais importante do ano! Mas não dá pra acreditar mais nele.



Quem poderia assumir após uma possível saída do atual técnico? As opções são: Cuca, Levir Culpi, Abel Braga. Algum nome convincente? Longe disso. Difícil escolher. Mas de uma coisa tenho certeza: pior do que está, não pode ficar.



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5394 visitas - Fonte: ESPN FC

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