Demissão de Marcelo Oliveira do Palmeiras é recado para mudar a forma como se analisa futebol - para todos

10/3/2016 12:39

Demissão de Marcelo Oliveira do Palmeiras é recado para mudar a forma como se analisa futebol - para todos

Demissão de Marcelo Oliveira do Palmeiras é recado para mudar a forma como se analisa futebol - para todos

Marcelo Oliveira decepcionou no Palmeiras. Em 53 jogos, foram 24 vitórias, 11 empates e 18 derrotas: 52% de aproveitamento. Pouco. Teve pré-temporada, condições de trabalho de clube europeu, elenco e uma paciência. Evolução nula após 9 meses, retrospecto ruim no Allianz e futebol pautado em conceitos antigos como marcação individualizada e volante "pegador". Não dá pra dizer que a demissão foi injusta.



Não se questiona o mérito na Copa do Brasil - conquistada nos pênaltis, com Prass brilhando e na base da superação. Se questiona o trabalho. Ué, mas como, se ganhou títulos? Por que o treinador bi-campeão brasileiro fracassou? Por que o time jogava tão mal?



Pense. Qual era o argumento para sua chegada? “É o treinador bi-campeão brasileiro”. Alguém perguntou sobre suas ideias? Modelo de jogo? Métodos de treinamento? A forma de motivar e lidar com o cotidiano? Nada. Apenas os títulos. Se perde, “não era tão bom assim”. Se ganha, “era bom mesmo”.



Foco no individual, no messias e salvador da pátria. Tudo errado se o resultado não vem, tudo ótimo se ganha. Do céu ao inferno em dias. 3 vitórias seguidas? Boa fase. 3 derrotas? Crise. No futebol brasileiro não há projeto, não há identidade. Seguimos dando pouca importância para a forma como os resultados chegam. Como acontece o gol: é fruto de treino ou do acaso? Foi achado ou foi trabalhado? Não importa, contando que ganhe.



Nesse círculo pobre de análise, o futebol brasileiro gasta muito e gasta mal. Demite muito sem saber o porquê demite. veja: o Cruzeiro de 2013/14 tinha defeitos como a pouca compactação e o jogo excessivamente longo, de bolas altas. O volume de ataque, a intensidade e fase técnica dos jogadores conseguiu esconder algumas coisas. Foi o suficiente pra pedir o técnico e os jogadores na Seleção.



Isso foi levado em conta quando Marcelo chegou? Alguém investigou como trabalha no dia-a-dia: coletivos, treinos fechados de bola parada, jogadas combinadas, 2 toques pra saída de jogo ficar rápida. Na equipe, um meia-armador saindo do lado e um driblador "quebrando a marcação" pelo centro - Dudu fez mais gols. Mas como funcionava? Quais eram as qualidades e defeitos desse tipo de jogo? De novo, o resultado bastou.







As constatações pobres no país acabam por criar pressões e "mitos" que nem sempre correspondem à realidade. O Palmeiras fez bons jogos, teve Brasileirão ruim e ganhou a Copa do Brasil. Aos poucos, coletivos e rachões minaram a equipe. Conceitos retrógrados, como a marcação muito individualizada, mal executados - treino ruim e sem intensidade expõe o jogador. Quantas vezes Lucas ficou perdido no meio? Levou amarelo, saiu: como a marcação é individual, pautada no desarme, que muitas vezes pode virar falta e cartão







16 sessões de treino na pré-temporada depois e uma espontosa falta de evolução em 2016. Começou com o Linense, se desenhou no 2º tempo sofrível contra o Rosario e no vexame de ontem. Não deu certo, a equipe não evoluiua. Pode-se questionar a falta de uma ideia mais atualizada, mas jamais desrespeitar o bom profissional e pessoa que é Marcelo Oliveira.







O torcedor pede Cuca pelo que ele fez com o Atlético-MG. Uns não, acham ele "fraco". O mesmo erro - não no nome, respeita-se muito o bom profissional e técnico - mas na visão de que uma pessoa sozinha irá "salvar" ou "afundar" o Palmeiras. A fase de grupos da Libertadores termina dia 17 de abril. O que Sampaoli, Cuca, Eduardo Baptista, Jair Picerni ou Mourinho fariam até lá? No máximo, um choque comportamental.



Precisamos ver nuances. Entender que as coisas são complexas e nem sempre cabem em 140 caracteres ou ideias prontas. Deixar os pré-conceitos de lado, focar menos se o cara "é bom" ou "é fraco" e tentar enxergar que tudo tem seus pontos positivos e negativos, que nada no futebol significa uma garantia. Mudar não é mais necessário, é urgente. Pro 7x1 não ficar diário.



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