Das tribunas da Fonte Luminosa, em Araraquara, Ricardo Gareca não viu um futebol convincente do time que aceitou assumir, mas acompanhou um artilheiro. Com gol de Henrique, o Palmeiras venceu o Figueirense por 1 a 0 e alcançou a quarta posição do Campeonato Brasileiro.
O goleador balançou as redes aos 36 minutos do primeiro tempo, fazendo o seu quinto gol em seis jogos no clube. Uma rara chance de garantir a vitória em um jogo de dedicação palmeirense para superar a falta de criatividade. Diante de um rival sem qualidade, foi o suficiente para Alberto Valentim se despedir do comando interino com 100% de aproveitamento em quatro jogos, três deles pela liga nacional.
O Verdão atingiu 12 pontos, atrás do Fluminense no saldo de gols e um ponto abaixo de Cruzeiro e Internacional. Provavelmente com Gareca no banco, a equipe buscará a quinta vitória consecutiva em visita ao Chapecoense, em Santa Catarina, às 18h30 (de Brasília) de domingo. O Figueira, com três pontos e só um gol marcado, tenta sair da penúltima posição recebendo o Goiás às 16 horas de domingo.
O jogoEm sua última missão como técnico interino do Palmeiras, Alberto Valentim não inventou. Do time que venceu o Vitória no domingo, apenas promoveu as voltas de Wendel e William Matheus, recuperados de contusão, às laterais, e impôs mias uma vez a ordem de todos marcarem atrás da linha da bola quando não tiverem a posse.
Nesse espírito, Diogo se destacou com sua constante movimentação, tanto na defesa quanto no ataque. Assim, conseguiu falta aos quatro minutos que Wesley cobrou em sua cabeça, e o camisa 17 balançou as redes pelo lado de fora. Cinco minutos depois, rolou para Wesley bater com perigo. E foi só.
Das tribunas do estádio, Ricardo Gareca, que ainda não foi apresentado aos comandados, viu um time ansioso e sem ninguém para coordenar as ações ofensivas, já que Mendieta, mais uma vez, quase não foi visto em campo. Wesley, por sua vez, raramente acertava algo. O Figueirense soube se aproveitar avançando a marcação, mas sem qualidade para ir mais à frente do que o círculo central.
Irritado, Alberto Valentim inverteu Diogo com Marquinhos Gabriel, que passou a jogar pela direita para aparecer com mais eficiência. Diante da pouca criatividade, o técnico, então, aproveitou a correria para liberar a movimentação dos dois jogadores para dar chances ao centroavante, suprindo mais um sumiço de Mendieta.
Assim, aos 33, Diogo cruzou para Henrique parar no goleiro Tiago Volpi. Três minutos depois, a tentativa foi fatal. William Matheus tabelou com Marquinhos Gabriel e alçou a bola na área para Henrique se abaixar para cabeceá-la nas redes, abrindo o placar e sendo festejado como ídolo.
O gol trouxe a tranquilidade que a equipe precisava. A volta do intervalo foi com o time tentando impor o ritmo, controlando a bola e enervando o Figueirense, que logo recebeu três cartões amarelo por cometer faltas duras. Os catarinenses, porém, foram avançando na marra, e preocuparam Alberto Valentim.
O interino cansou de pedir mais movimentação a Mendieta e o sacou para Bernardo estrear no clube. Depois, aumentou a marcação trocando Marquinhos Gabriel por Victor Luis. O rival, por sua vez, foi indo à frente e Guto Ferreira apostou em Everaldo. O atacante teve a chance do empate aparecendo livre na grande área, mas parando em grande defesa de Fábio com os pés, aos 29 minutos.
Das tribunas, Ricardo Gareca viu que terá à disposição uma equipe que compensa a falta de criatividade com disposição e humildade para marcar sem bola e suportar pressão, além de um goleiro reserva confiável. Constatou, também, que isso é suficiente para vencer adversários de pouca qualidade como o Figueirense, o que não é raro no Campeonato Brasileiro.
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