Palmeiras assegurou o retorno para a Série A utilizando a camisa amarela.
A briga da CBF para proteger a tradicional camisa amarela da seleção e tê-la em campo na estreia da Copa do Mundo contra a Croácia, no próximo dia 12 de junho, em São Paulo, não se restringe apenas ao campo.
Pressionada pela patrocinadora Nike, a entidade fechará também nesta quarta-feira o seu primeiro acordo para retirar do mercado uniformes de outras marcas que fazem referência ao de Neymar e companhia.
Em contato com a reportagem, o advogado Gustavo Piva, do escritório Dannemann Siemsen, que presta serviço para a confederação, confirmou que a Umbro deixará de produzir as camisas comemorativas do tetracampeonato mundial de 1994.
Os principais afetados pela decisão são Atlético-PR, Chapecoense e Remo.
O clube paraense chegou a passar por uma situação constrangedora antes do clássico Re-Pa, no início do ano. Após anunciar o lançamento da novidade no confronto com o Paysandu, a equipe teve de suspender toda a sua estratégia de marketing e encostá-la.
Procurado pelo ESPN.com.br, a Umbro preferiu não fornecer maiores detalhes sobre o acordo.
"Eles já cessaram o uso da camisa e agora vamos apenas colocar isso no papel", explica o advogado Gustavo Piva.
Em caso de conflito, as multas podem chegar até mesmo a R$ 500 mil para as empresas que se negarem a cumprir o pedido. Com a realização do Mundial no Brasil, a CBF bateu o recorde de notificações neste ano pelo suposto uso indevido da imagem da seleção. Na medida em que a competição se aproxima, o trabalho tem sido cada vez maior: a média atual é de cinco notificações diárias.
Curiosamente, a primeira camisa que gerou insatisfação da Nike acabou não sendo alvo até hoje de qualquer ação.
Em outubro do no passado, o Palmeiras estreou um uniforme comemorativo produzido pela Adidas fazendo alusão ao time que representou o Brasil na inauguração do Mineirão em 1965. Na época, o novo presidente da CBF e também conselheiro do clube, Marco Polo del Nero, se encarregou do contato com a diretoria alviverde solicitando a suspensão de vendas.
Não deu em nada.
Em março, a Adidas voltou a comercializar a camisa que carrega as mesmas cores da seleção e faz sucesso entre os torcedores ao custo de R$ 249,90. Segundo apurado pela reportagem, mesmo com a pressão da Nike, detentora dos direitos sobre o uniforme brasileiro, Del Nero preferiu não bater de frente com o clube.
Mais recentemente, a Penalty também repetiu Adidas e Umbro e lançou no mercado modelos dupla face inspirados na seleção para São Paulo, Vasco, Santa Cruz, Ceará e Figueirense. A Kanxa fez o mesmo com o Icasa e planejava estrear o uniforme contra o Bragantino, na semana passada, porém, a CBF barrou pela suposta falta de cumprimento dos prazos para comunicação.
A própria Nike chegou a levar a campo em rodada do Brasileiro as camisas amarelas feitas para seus patrocinados Corinthians, Inter, Santos e Coritiba. O Bahia, que deveria ter sido incluído no pacote, preferiu ficar de fora por causa do atual litígio com a marca.
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