Traumatizado Fernando Prass ainda sonha em defender a seleção brasileira

Aos 38 anos e depois de perder chance de disputar Olimpíada que deu ouro ao país, goleiro traça plano para recuperação e diz que desejo está ainda mais vivo

Fernando Prass, durante evento em SP, nesta segunda-feira (Foto: Leonardo Lourenço)



Chegar à Seleção aos 38 anos, mas sofrer uma lesão e ser cortado da equipe às vésperas dos Jogos Olímpicos causou uma grande frustração ao goleiro Fernando Prass.



O palmeirense admitiu o sentimento óbvio por conta dessa situação, mas não desistiu de ainda defender a equipe nacional quando estiver recuperado da fratura no cotovelo direito.



Presença surpreendente da lista de Rogério Micale, Prass nunca tinha sido convocado para a seleção brasileira. Durante a preparação, sentiu dores no braço, foi tirado do amistoso contra o Japão, dias antes da estreia, e cortado do elenco logo em seguida, quando foi constatada a gravidade da contusão.



Ele viu de casa seus jovens companheiros conquistarem o ouro histórico e disse ter se emocionado com a homenagem dos colegas, que vestiram sua camisa 1 no pódio do Maracanã.



– Realizei o sonho de ser convocado, mas não de jogar – lamentou Prass, durante reunião da Abex (Associação Brasileira de Executivos do Futebol) realizada nesta segunda-feira, em São Paulo.



Prass conta com seu próprio histórico e com um planejamento para sua recuperação para cumprir a missão de, agora, convencer Tite de que pode ser o goleiro do Brasil.



– Em 2014 tive lesão grave (no mesmo local), e 2015 foi um dos meus melhores anos da carreira. Já falei com o pessoal do Palmeiras, quero um plano especial de trabalho. Nesses três meses (até o final da temporada) vou fazer de tudo para voltar melhor – afirmou.



– Caberá ao meu desempenho e à percepção do treinador (para ser chamado). Para mim ficou muito mais vivo esse sonho da Seleção depois da primeira convocação – completou, mais otimista.



Se os primeiros dias foram difíceis, ver a conquista da inédita medalha para o futebol nacional causou uma sensação de realização ao goleiro. Não só como torcedor, ou por ter feito parte do grupo, ainda que que por poucos dias. Mas pela presença de um jogador no gramado do Maracanã.



– O Rafinha foi um cara que eu vivi a agonia dele, ele viveu a minha. Ele era meu companheiro diário, até nas madrugadas, tratando. Ele simboliza um pouco de mim, teve o sacrifício todo e conseguiu jogar. Para mim foi um pouco reconfortante – afirmou, sobre o meia do Barcelona que também batalhou contra uma contusão, mas se recuperou a tempo.



A fratura afastará Prass do restante da temporada. O goleiro fez uma cirurgia no local no início do mês e tem retorno previsto para o começo de 2017.