Leonardo Soares/UOL
Na gestão do presidente Paulo Nobre no Palmeiras, a questão comportamental dos jogadores, bem como sua afinação com a diretoria, são olhadas muito de perto. O mandatário e seus dirigentes esperam que seus atletas se encaixem em um modelo de conduta que, até o momento, tem sido vencedor. Basta ver a campanha do time no Campeonato Paulista. Com 35 pontos, tem a melhor campanha da competição.
Veja abaixo pontos que determinam a cartilha alviverde, preceitos que devem ser seguidos pelos atletas que querem progredir no clube. Além de mostrar resultado em campo, é necessário ter cuidados fora dele.
Fique longe da Justiça
Há uma determinação que consta nos novos contratos firmados entre Palmeiras e jogadores para que eles não reclamem de possíveis salários atrasados ou acionem a Justiça. A ordem da diretoria é de que tudo seja tratado e resolvido internamente, sem estardalhaço. Para ter vida longa sob essa nova gestão, esse é um item que precisa ser seguido religiosamente pelos atletas.
Basta ver o que aconteceu com o zagueiro Henrique. Depois que tornou público o atraso de vencimentos e mandou ao clube uma notificação extra-judicial, passou de capitão a vendido para o Napoli, da Itália, em uma semana.
Produtividade acima de tudo
Só joga no Palmeiras hoje quem aceitar o contrato de produtividade. Não importa se é titular ou reserva, o jogador precisa concordar com o novo modelo de negócios do clube, ou então nem cruza o portão da Academia de Futebol.
A iniciativa é a menina dos olhos da gestão do presidente Paulo Nobre. O argumento usado é de que esse tipo de atitude favorece o coletivo: bons resultados e títulos significam mais dinheiro para todos.
A serviço do marketing
Todos os jogadores precisam ter disponibilidade irrestrita para participar de eventos relacionados ao marketing alviverde, principalmente por se tratar do ano do centenário do clube, em que a imagem dos atletas será explorada à exaustão.
Os principais atletas do elenco são presença constante em inaugurações e eventos nas lojas de produtos oficiais do time. Além disso, são o chamariz para ações do Avanti, programa de sócio-torcedor no qual Nobre apostou muitas fichas.
Associados podem ganhar jantares com ídolos, acompanha-los nos jogos, conhecer o CT, entre outras coisas. Os comandados do treinador Gilson Kleina precisam estar disponíveis para tudo isso.
Torcida organizada nem pensar
Após um episódio de violência ocorrido no início do ano passado, quando após uma partida da Libertadores integrantes da principal organizada do Palmeiras atacaram o elenco em um aeroporto na Argentina, o presidente Paulo Nobre rompeu todos os vínculos com a organizada.
Desde então, muitos jogadores que até tinham bom relacionamento com a facção, se afastaram também por ordem da diretoria. Ao contrário do que era visto antes, ou mesmo como ocorre em outros clubes, qualquer relação com organizadas não será tolerada. Para ser jogador do Palmeiras, é preciso obedecer a essa regra.
Fechar com Kleina
Para ter um bom convívio dentro do Palmeiras, é fundamental que o atleta esteja fechado com o treinador Gilson Kleina. Os jogadores remanescentes do ano passado fizeram uma campanha declarada para a permanência do treinador, que sofreu com longas negociações.
O vínculo com o grupo, que já era grande, aumento. Desta forma, quem chega ao clube precisa entrar no ritmo de apoio incondicional ao treinador, incentivado, inclusive, pela diretoria.
Cuidado com eventos
Os jogadores tem a orientação de submeter à aprovação da diretoria qualquer tipo de evento a que são convidados. Isso porque, mesmo entre parceiros, o Palmeiras não tem a intenção de ceder seus atletas em situações que não sejam de seu interesse.
Um exemplo claro foi o que ocorreu com a WTorre, construtora responsável pelas obras do novo estádio alviverde. O clube proibiu que seus atletas fossem visitar a Arena para fazer propaganda, porque está em uma disputa judicial com a empresa por conta dos direitos de comercialização das cadeiras do empreendimento
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