100 anos de Palmeiras: Gigante Luís Pereira se vê só como um 'grãozinho'

Considerado um dos maiores zagueiros do Palmeiras, ele é modesto mesmo com tantas conquistas. Para Luís, o Verdão significa duas palavras: 'Minha vida!'

Luís Pereira em ação pelo Palmeiras contra o Corinthians nos anos 70 (Foto: Divulgação)



Um zagueiro que teve o respeito de Pelé. Este é Luís Edmundo Pereira, considerado o maior defensor da história do Palmeiras. Baiano de Juazeiro, ele começou no São Bento de Sorocaba e logo se transferiu para o clube em que marcou época ao lado de tantos outros craques da Segunda Academia.



– É uma alegria muito grande poder fazer parte dessa história. Foi uma passagem marcante. Vencemos muita coisa e nosso time tinha Leão, Eurico, Minuca, Tupãzinho, Djalma Santos eu peguei o finalzinho.



O César um dos maiores centroavantes que eu pude jogar, Edu, Nei... Dudu e Ademir então são duas pessoas espetaculares.



É uma honra poder partilhar com estas pessoas. Ganhamos praticamente tudo - relembra com orgulho o ex-camisa 3 palmeirense.



Apesar dos 568 jogos e os 35 gols marcados - o zagueiro que mais marcou pelo clube - Luís Pereira mantém a modéstia ao falar sobre a sua importante história de mais de uma década, divididas em duas passagens.







– É muito importante ser um grãozinho de areia. Creio que todos nós temos uma parte do centenário – afirmou Luís Pereira, antes de ser perguntado se realmente se considerava só um grãozinho de areia.



– Não só um grãozinho, talvez um pouco mais (risos) – completou.

Na primeira passagem ficou entre os anos de 1968 e 1975. No período ganhou o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1969), Campeonato Brasileiro (1972 e 1973), além de dois Paulistões (1972 e 1974).



Em âmbito internacional, levantou o Troféu Ramón de Carranza em três oportunidades (1969, 1974 e 1975). Após o último título em solo espanhol, se transferiu para o Atlético de Madrid, clube em que ficou marcado como um dos maiores zagueiros. Hojem vive e trabalha na Espanha.



Na volta ao Verdão ficou de 1981 até 1984, época sem títulos.





BATE-BOLA: LUÍS PEREIRA



65 anos

‘O título de 1974 foi muito importante’



Você ganhou vários títulos pelo Palmeiras. Existe algum que tenha ficado marcado em especial?



O título de 1974 (Campeonato Paulista) foi muito importante. A gente tinha um treinador espetacular que era o Oswaldo Brandão. Marcou muito. O Corinthians vinha de muitos anos sem títulos, esperávamos que vinha para cima e isso não aconteceu. Marcou.



E as conquistas nacionais como Brasileiros e internacionais?

Ganhamos o Brasileiro de forma invicta e isso também deixa marcado na história. Na Espanha ganhamos o Carranza. Era um título muito difícil, enfrentávamos os melhores times do mundo naquela época



Depois você voltou nos anos 1980 e não teve o mesmo sucesso.



Ganhamos praticamente tudo na minha primeira passagem, mas infelizmente não consegui repetir. Mesmo assim joguei com grandes jogadores como (Vágner) Bacharel.



Acompanha da Espanha?



Acompanho e torço por dias melhores.



SENTIMENTO EM VERDE E BRANCO, por Luís Pereira:



O Palmeiras para mim é:



"Minha vida"



A minha maior alegria pelo Palmeiras foi...



"Quando ganhei os títulos. Ser campeão é mais importante do que qualquer coisa. É o momento em que você fica marcado."



A minha maior tristeza no Palmeiras foi...



"Talvez quando eu saí sem saber o motivo. No ano antes tinha sido o melhor da posição e depois fui para a Portuguesa. É a única mágoa."



A torcida do Palmeiras para mim é...



"Representa muito. Em dia de calor comparecia, em dia de frio comparecia. A torcida do Palmeiras é tudo."



O meu jogo inesquecível no Palmeiras é...



"Não lembro ao certo se foi em 1972 ou 1973 contra o Internacional. Vencemos por 2 a 1 e marquei um gol aquele dia."



PALMEIRAS 2x1 INTERNACIONAL



PALMEIRAS: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu, Ademir da Guia; Edu (Ronaldo), Leivinha, Édson (Fedato) e Nei. T: Oswaldo Brandão



INTERNACIONAL: Schneider; Cláudio (Herminio), Figueroa, Pontes e Vacaria; Falcão, Tovar e Carpegiani; Valdomiro, Claudiomiro e Escurinho (Manoel). T: Rubens Minelli



ÁRBITRO: Arnaldo César Coelho (RJ)

GOLS: 5’ 1ºT Figueroa (0-1) ; 32’ 2ºT Ronaldo (1-1) ; 35’ 2ºT Luís Pereira (2-1)

RENDA/PÚBLICO: Cr$ 375.436,00 / 35.288 pag.

DATA: 17/2/1974

COMPETIÇÃO: Quadrangular final / Brasileiro 1973

LOCAL: Morumbi, São Paulo (SP)