Vilson Ribeiro quer que a Lei da Solidariedade ajude mais os clubes formadores (Foto: Marcelo Braga)
Em uma época em que os clubes gastam milhões em contratações, o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, vê os clubes brasileiros com pouco estímulos para seguirem sendo formadores de atletas. Na opinião do dirigente, o retorno é pequeno em relação ao tamanho do investimento que é feito no jogador, que às vezes deixa o clube antes mesmo de assinar o seu primeiro contrato profissional, aos 16 anos.
- O clube formador hoje tem obstáculos na Lei Pelé. Perdemos jogadores muito jovens, pois normalmente os empresários e investidores compram os direitos econômicos e eles saem muito jovens. Então você tem um período de investimento muito grande e não tem retorno - afirmou ao "Arena SporTV".
A Fifa prevê uma remuneração para os clubes formadores a cada transferência de atletas ao longo da carreira. Em cada transação, o clube (ou os clubes) que participou da trajetória do jogador até os 21 anos recebe um percentual da venda, que pode chegar até a 5%.
- Tem os 5% da Lei da Solidariedade nas vendas seguintes, mas é pouco, tem que ter um mecanismo para manter eles na base ou, quando vender, ter uma rentabilidade maior nas outras negociações para que você invista cada vez mais na base.
Temos clubes compradores e clubes formadores. O Coritiba é o 13º clube do Brasil em termos de orçamento. Qual nossa grife? Futebol. Qual objetivo? Revelar jovens para competir nesse mercado. Não tenho como competir com São Paulo, Flamengo e Corinthians na compra de um jogador já feito.
É um investimento caro para um clube médio. Temos o perfil de clube formador, mas para isso tenho que ter incentivo, senão não tenho retorno - destacou.
Comentarista do SporTV, Wagner Villaron questionou se a perda de jogadores jovens não era uma consequência da má gestão dos clubes formadores, que precisam vender revelações muito cedo para pagar as contas. Vilson Ribeiro enxerga uma falha maior.
- O modelo está errado. Você tem que ter instrumentos para preservar aquele jovem. É claro que o talentoso vai ser vendido, mas você tem de ter instrumentos para que em cada venda você tenha retornos.
Hoje você não tem estímulos para revelar talentos - afirmou ele, que pede mais condições para manter os jovens e maior porcentagem em vendas futuras.
Segundo o presidente, a CBF considera o Coxa como um "clube formador nível AA".
3270 visitas - Fonte: Sportv