Cleber, ex-jogador do Palmeiras, faz gol no Palestra Itália (Foto: Gazeta Press)
Engana-se quem pensa que o mineiro Cléber era o estereótipo de zagueiro duro e rebatador. Com um tamanho de impor respeito, ele chegou ao Palmeiras após o fim da fila no Paulistão de 1993 e teve a oportunidade de participar de três grandes esquadrões da década 1990.
O alto nível técnico das equipes também passava pelos pés do zagueiro. Com habilidade, sabia sair jogando quando preciso e até arriscou a fazer os seus gols. Um deles especial.
– Contra o Santos em 1996, sem dúvida marcou porque foi o do título. Aquela equipe foi uma das maiores da história e na época teve repercussão mundial. Tudo pelo nosso desempenho em campo – lembra Cléber sobre a conquista estadual.
Foram 102 gols verdes naquele Paulistão e o quarto troféu na galeria do defensor. Antes, havia vencido Brasileiro (1993-94) e Paulista (1994).
Mesmo impressionado com a formação de um time recheado de estrelas, Cléber aponta a conquista da Libertadores como a mais saborosa.
– Aquele time de 1996 dava espetáculo, tinha variação de jogadas e qualidade técnica com Djalminha, Luizão, Rivaldo e Muller. Mas é claro que em grau de importância é a Libertadores. Se não ganhasse aquele título, certamente ficaria um vazio grande na minha carreira.
Em seis anos de Verdão, o defensor tornou-se o terceiro da posição que mais jogou pelo clube. Foram 372 jogos e 21 gols marcados. Ele só fica atrás de Waldemar Carabina (584) e Luís Pereira (568). Em tanto tempo de clube, teve vários parceiros de defesa, mas ele tem sua preferência.
– Cada um teve a sua característica e importância. Roque Júnior, Júnior Baiano e Antônio Carlos. Mas a que marcou mesmo foi a dupla com o Antônio. Era a minha chegada no clube o período em que fiquei conhecido no cenário nacional.
BATE-BOLA: CLÉBER
‘O time de 1994 merecia ganhar a Libertadores’
Você ganhou muita coisa pelo Palmeiras. Faltou algum título na sua passagem pelo clube?
Aquele time de 1994 merecia a Libertadores. Hoje vejo que foi um erro de planejamento do pessoal da época fazer nossa excursão para o Japão durante a Copa do Mundo. Chegamos dois, três dias antes do jogo contra o São Paulo ( perdeu por 2 a 1 nas oitavas de final) e sofremos com o sono. Era um jogo muito importante e não poderíamos ter feito isso.
Mas no primeiro jogo o Palmeiras foi muito superior.
Sem dúvida. Antes da Copa do Mundo o Zetti pegou tudo no Pacaembu. Ele mesmo fala que foi o maior jogo da vida dele. Era para ter sido 5 a 0.
No mesmo ano você vivia uma grande fase e a Seleção que foi tetra sofreu com zagueiros machucados. Faltou uma oportunidade?
A probabilidade de jogar a Copa do Mundo chegou a ser grande. Ficou entre o Ronaldão e eu. Mas o (Carlos Alberto) Parreira fez a escolha certa.
SENTIMENTO EM VERDE E BRANCO, por Cléber
O Palmeiras para mim é...
"Em primeiro lugar Jesus, em segundo Sociedade Esportiva Palmeiras"
A maior alegria que tive no Palmeiras foi...
"Poder ganhar a Libertadores da América. Estava no banco e foi um sofrimento só, mas ainda bem que tínhamos São Marcos."
Para mim a torcida do Palmeiras representa...
"É o 12 jogador. É uma das mais exigentes e graças ao meu trabalho e dedicação nunca tive nenhum problema com ela."
A minha maior tristeza no Palmeiras foi...
"Ter perdido o Mundial de Clubes para o Manchester. Talvez tenha sido o time derrotado que mais teve chances de gol."
O meu jogo inesquecível no Palmeiras é...
"Palmeiras e Corinthians no primeiro jogo da Libertadores de 1999. A vitória por 2 a 0 e a noite perfeita do Marcos."
PALMEIRAS 2x0 CORINTHIANS
PALMEIRAS: Marcos, Arce, Júnior Baiano, Cleber e Rubens Júnior; Galeano, César Sampaio, Zinho e Alex (Rogério); Paulo Nunes (Jackson) e Oséas (Evair). T: Felipão
CORINTHIANS:Nei, Índio (Rodrigo), Gamarra, Nenê e Silvinho; Amaral, Vampeta, Ricardinho (Dinei) e Marcelinho, Edílson e Fernando Baiano. T: Oswaldo de Oliveira
JUIZ: Paulo César de Oliveira (SP)
GOLS: 19’ 1ºT Oséas (1-0) ; 22’ 2ºT Rogério (2-0)
RENDA/PÚBLICO: não disponível / 31.163 pag.
DATA: 5/5/1999
COMPETIÇÃO: Copa Libertadores, quartas de final
LOCAL: Morumbi, em São Paulo (SP)
(Cléber assediado pela torcida do Palmeiras até os dias de hoje - Arquivo pessoal)
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