Após quase sair, Juninho busca a tranquilidade que sentiu falta em 2012

Jogador estava acertado com o Fluminense, mas a negociação acabou melando. Participante da campanha do rebaixamento, há dois anos, ele mudou sua postura

Juninho voltou ao time marcando contra o Coxa (Foto: Eduardo Viana/LANCE!Press)



Juninho estava acertado com o Fluminense, não fazia parte das relações de Ricardo Gareca, mas um impasse na negociação melou a transferência do lateral, que aos poucos voltou a ganhar espaço.



No sábado, entrou em campo depois de quase três meses, e marcou o gol da vitória. A postura do camisa 6 foi até surpreendente.

Desde que chegou, no início de 2012, Juninho se mostrou tímido, e o próprio admite que sentia muito as críticas, como durante a campanha do rebaixamento, há dois anos. Ele, então, decidiu mudar.



– Em 2012 eu senti muito, foi meu primeiro ano em uma equipe de grandeza imensa, e nunca tinha passado por aquilo, não sabia como lidar. e aprendi que tem de ter tranquilidade. Eu olhava muito a internet, muito comentários ruins e entrava em campo pesado – admitiu, ao L!.



Seja de casa, quando negociava sua saída, ou no banco de reservas, Juninho viu a dificuldade que o time vinha tendo para vencer. Eram dez jogos de jejum no Brasileiro até o triunfo com o seu gol. O jogador de 24 anos, escalado de forma inesperada, teve a “responsabilidade” de tranquilizar o time, e evitar reviver o filme que ele passou há dois anos.



Já na ida ao Pacaembu, brincou com os companheiros, e foi um dos mais requisitados para falar com os jornalistas após o triunfo. Mostrou-se desenvolto mesmo diante dos antes temidos microfones, e quis comemorar com todo o time.



– Na hora (do gol), não pensei em nada, só quis abraçar meus companheiros, porque só a gente pode sair desta situação. Fiquei feliz pra caramba com o gol, já chamei todo mundo. Foi o gol da garra – disse.



Seu contrato vai até o fim do ano, e ele deve seguir em 2015 para o Tricolor carioca. Antes, promete fazer de tudo para evitar uma nova queda alviverde e fazer o elenco voltar a ter tranquilidade, da qual ele tanto sentiu falta, em 2012.



Bate-bola com Juninho:



O que você conseguiu de aprendizado com 2012?

O que passei em 2012 não quero passar de novo. Me fazia mal olhar as coisas na internet, comentários da torcida, imprensa, eu trazia para mim, a bola queimava. Hoje aprendi a ter a cabeça tranquila, não tenho rede social, e me sinto bem. Esta vitória vai dar confiança, vai dar uma respirada.



O resultado ajuda também a trazer um alívio para o Gareca?

O Gareca para mim é um excelente treinador, e infelizmente estava dando azar, por detalhes, perdia jogando bem, mas o grupo é muito bom, e sabíamos que a vitória ia vir. Demorou, mas chegou. Espero que dê continuidade no trabalho.



Acha que outros jogadores precisam fazer como você, de esquecer os comentários de fora nesse momento?

Cada um tem um jeito, uns crescem com aquilo, e outros se abatem, e eu sou assim. Olhava muito, agora não vejo mais. Não me traz coisas boas, então eu eliminei.



O que aconteceu neste período em que você negociou sua saída e por isso ficou sem jogar?

Como eu não ia renovar, pedi à diretoria para procurar outro clube na parada (para a Copa do Mundo). Nunca pedi para não jogar, só pedi para não completar o sétimo jogo (no Brasileiro). Muitos entenderam errado, que não queria jogar mais no Palmeiras, mas se não tivesse um acerto, voltaria a jogar normalmente. Sou humilde pra caramba, vim de um time menor, e jamais falaria que não queria jogar numa equipe desta.



Como é a relação com o seu ‘rival’, o Victor Luis?

O Vitão é um excelente jogador, excelente pessoa, e disse a ele: é um pelo outro. Quando tiver de jogar, vou torcer por você, e você da mesma forma. Só unidos para reagir.

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