Em 26 de agosto de 1914, na Rua Marechal Deodoro, italianos fizeram questão de fundar um clube que congregasse sua colônia em São Paulo e focado no futebol. Para dar certo, passaram meses treinando até entrar em campo. Nasceu o Palestra Itália.
Nesta terça-feira, a preocupação em ter sucesso completa um século no qual o clube superou até a forçada mudança do nome para Palmeiras e se tornou o maior campeão do Brasil.
Ao longo dos anos, o clube que nasceu para unir imigrantes italianos comprou seu estádio já em 1920 e virou exemplo no país do futebol. Foi modelo de qualidade em campo e, por seus títulos, ganhou a alcunha de campeão do século XX da Federação Paulista de Futebol e de publicações como o jornal Estado de São Paulo e a revista Placar.
Ninguém no País tem mais títulos nacionais do que o Palmeiras, vencedor de oito Brasileiros com a unificação promovida pela Confederação Brasileira de Futebol, de duas Copas do Brasil e da Copa dos Campeões em 2000. Nem agremiações mais antigas, como Corinthians, Santos, Flamengo e Vasco, conseguem superar os números do Verdão.
Em foto histórica do acervo da Gazeta Press, Palmeiras entra em campo com a bandeira do Brasil em 1942
O auge das conquistas nacionais ocorreu com a única equipe capaz de parar Pelé, que, na verdade, foi incapaz de bloquear quem ensinava e jogava ao mesmo tempo. Se Palestra significa academia em grego, o Palmeiras também ganhou este nome entre 1959 e 1974.
A Academia de Futebol simbolizada na inteligência de Ademir da Guia virou, literalmente, sinônimo de Brasil em 7 de setembro de 1965, quando o elenco todo representou a Seleção Brasileira e venceu o Uruguai por 3 a 0 no Mineirão. A Confederação Brasileira de Desportos, antecessora da CBF, fez questão contar também com o argentino Filpo Núñez, até hoje o único estrangeiro a dirigir o time nacional.
Uma resposta a quem, um dia, se negou a ver o claro valor brasileiro do Palestra Itália. Em meio à Segunda Guerra, o clube foi pressionado a mudar de nome, sob ameaça de perder seu patrimônio. Não bastou virar Palestra de São Paulo.
Mas o que poderia ser uma derrota ou fim de um time já vencedor virou a chance de provar que as vitórias não estão no nome, mas no espírito de quem veste a camisa verde.
A Academia de Futebol do Palmeiras representou a Seleção em 1965 com o argentino Filpo Núñez como técnico
"Não nos querem Palestra, pois seremos Palmeiras e nascemos para ser campeões", definiu o conselheiro Mario Minervino, na época. Em 20 de setembro de 1942, o clube entrava pela primeira vez em campo como Palmeiras e pisava no Pacaembu carregando uma bandeira nacional.
Provou ser ainda mais brasileiro com a bola nos pés. Diante do São Paulo, acusado de ser quem mais pressionou para ter patrimônios palestrinos, impôs vitória por 3 a 1 e viu o rival abandonar o jogo. O Palmeiras já nascia campeão paulista no episódio conhecido como Arrancada Heroica.
A histórica capa de A Gazeta Esportiva sobre a conquista do Palmeiras na Copa Rio em 1951
Nove anos depois, mais uma prova de brasileirismo. Na conquista que hoje a Fifa considera como o primeiro título mundial interclubes da história, o Palmeiras conquistou a Copa Rio em 1951, dando um alento ao futebol do País depois do sofrido vice-campeonato na Copa do Mundo no Maracanã. Mesmo sem a camisa verde, os palmeirenses orgulhavam o Brasil, já que a Seleção nunca foi campeã mundial sem ter um jogador do clube.
Sucesso que explica a sobrevivência como um dos grandes mesmo com o jejum de títulos entre 1976 e 1993. O clube não teve medo de inovar e se juntar à empresa italiana Parmalat, estratégia pioneira que formou verdadeiras seleções em campo, gerou a inesquecível conquista do Paulista de 1993 com 4 a 0 sobre o arquirrival Corinthians na final que eternizou Evair como ídolo e teve como ápice a Libertadores de 1999, um dos poucos títulos que faltavam ao legítimo campeão do século XX e no qual o goleiro Marcos virou santo pelos milagres que executou.
A camisa verde também se mostrou forte fora do gramado. No basquete, Rosa Branca, Edson Bispo, Mosquito e Jatyr, em 1960, e Jatyr, Edson Bispo e Victor Mirshauswka, em 1964, conquistaram o bronze olímpico como atletas do clube, assim como o judoca Henrique Guimarães com o terceiro lugar nos Jogos de 1996.
Se o século XXI é de indignação, incluindo dois títulos de Série B do Brasileiro que torcedores preferem esquecer e a luta contra um novo rebaixamento nesta temporada, a explicação está na incontestável e vitoriosa história palmeirense. E na certeza de que o gigante nascido há 100 anos nunca se diminuiu nem ficará menor diante de qualquer adversidade que aparecer. Será sempre imponente.
Vitoriosa década de 1990 atingiu o auge na Libertadores de 1999 com taça que faltava ao campeão do século XX
9708 visitas - Fonte: Gazeta Esportiva
Morram de inveja GAMBAZADA, que não comemoraram NADA no ´´CENTERNADA do Cúrintias``, morram de inveja SARDINHADA E BAMBIZADA...CHUPA PAGA-PAUS DO VERDÃO !!!!