A estratégia anunciada pela diretoria de limitar os 700 ingressos destinados ao Palmeiras aos sócios-torcedores e de não vender os bilhetes que sobraram após a depredação do escritório do Avanti, na quinta-feira, não afugentou as organizadas. Uniformizadas dominam o setor visitante na Vila Belmiro neste domingo.
Na entrada para palmeirenses, dois ônibus com panfletos da Mancha Alviverde estão estacionados, e a organizada chama atenção com uma larga faixa. Também estão penduradas faixas da TUP, Savoia e Pork’s, outras uniformizadas do Verdão.
A meia hora do inicio do clássico, marcado para as 16 horas (de Brasília) deste domingo, o setor destinado a palmeirenses está longe de ter lotação. Pouco mais de uma centena de pessoas ocupam a área na arquibancada superior atrás de um dos gols. Mas não é nada que incomoda Paulo Nobre.
"Temos uma filosofia de trabalho que deixamos clara desde o início e ela continua: privilegiar o sócio Avanti. Não podemos pensar só no próximo jogo, mas nos próximos anos. Ser sócio não é só para ter privilégio de comprar ingresso, ajuda muito o fim de mês do torcedor. No dia em que a mulher perceber as vantagens, vai exigir que o marido vire sócio. Ninguém é obrigado a ser sócio para ir aos jogos, não temos demanda ainda para um estádio inteiro só com sócio, gostaria que chegássemos a essa fase. Se não for Avanti, você pode ir ao estádio, mas sem os privilégios", disse o presidente ao chegar à Vila.
Na manhã de quinta-feira, o escritório do programa de sócio-torcedor que vendia ingressos aos membros do plano foi depredado, com computadores e portas de vidro quebrados e mesas e estantes viradas, além da agressão a um funcionário do Palmeiras. Nobre decidiu não vender os bilhetes que não foram comercializados antes dos atos de vandalismo.
Neste domingo, como em outros jogos recentes na Vila Belmiro, a entrada dos torcedores, e também dos comandados de Gilson Kleina, tem nas casas à frente pichações em tom de provocação. Os dizeres são "Chupa, porcada", "Bi-Segundona" e "2ª Divisão", as mesmas vistas no ano passado, quando o Santos eliminou o Verdão nos pênaltis nas quartas de final do Campeonato Paulista.
Quando os setores que abrigam a maioria santista na Vila Belmiro começaram a encher, foram entoados gritos de "segunda divisão" e "Guarani da capital" para os palmeirenses. Os ingressos foram esgotados e o estádio deve estar lotado para o clássico que decide quem terá a melhor campanha da primeira fase do Campeonato Paulista.
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