Belluzzo refuta rótulo de "pai da arena" e não irá à reestreia de estádio

Luiz Gonzaga Belluzzo não quer ser chamado de "pai da arena"



Chamado de "pai da arena" por parte de sócios e conselheiros do Palmeiras, o ex-presidente do clube Luiz Gonzaga Belluzzo sequer vai ao Allianz Parque nesta quarta-feira (19), na reabertura da casa palmeirense. O adversário será o Sport, a partir das 22h.



Traumatizado com o que viu na política palmeirense, especialmente após ter sido presidente entre 2009 e 2010, ele não gosta de rótulo por acreditar que não fez nada mais que a obrigação ao lutar pela reforma do antigo Palestra Itália.



"Não tenho a menor pretensão de ser pai da arena. Nem da Parmalat, como alguns falam. Sou pai da Luiza e do Carlos Henrique e mais nada. Não tem como um clube achar que pode ter só a receita de bilheteria ou de direitos de transmissão. Eu fiz visando uma nova fonte de receita. Foi por isso que eu, no planejamento, lutei pela assinatura do Della Mônica (então presidente), em 2008", disse Belluzzo citando o nome de seus dois filhos.



"Eu fiz a minha obrigação nas circustâncias. A WTorre fez o acordo com o Palmeiras, não comigo. Fizeram com a instituição, com a credibilidade que o clube tinha. Só não sei se ainda tem, mas tinha. Eu perdi tanto o encanto com essa coisa que nem vou ao estádio amanhã (quarta). Meus amigos não se conformam, mas não tenho mais vontade", afirmou.



Belluzzo, que hoje é candidato à vice-presidência da chapa de Wlademir Pescarmona, candidato único de oposição, ainda cita outros nomes que o ajudaram bastante na construção da arena, como os de José Cyrillo Neto, Marcelo Solarino, Vicente Criscio e João Mansur, que coordenaram o projeto na época crítica.



Foram eles os principais nomes que travaram a guerra contra os que eram contra a construção da arena, como o também ex-presidente Mustafá Contursi e seu fiel escudeiro Gilto Avallone, ambos apoiando a reeleição de Paulo Nobre. Belluzzo, no entanto, não cita nomes na sua resposta.



"Na época, os que eram contra nem ficavam na reunião. Eles saiam antes de votar. Sabiam que iam perder. Depois, começaram a falar que a empresa está quebrada. Depois que a obra não ia acabar. Teve diretor jurídico que apontou para o estádio em tom de deboche falando que não ia acabar. E aí as relações foram só piorando sob influências internas que eu não preciso nem citar o nome", relembrou.



"Tem uma frase do Fernando Gonçalves (ex-diretor de futebol do Palmeiras) que resume bem o motivo de ter tanta gente contra: 'No Palmeiras, não só as pessoas não fazem nada como querem que você também não faça'. Acho que isso resume bem. Não vou ficar discutindo com um outro. Fiz o que achava melhor para o Palmeiras e acho que, hoje, podemos ver que o modelo do Palmeiras comparado a todos os outros é o melhor", completou.



Belluzzo também foi responsável por obter a CND (Certidão Negativa de Débitos) para que o Palmeiras pudesse ter todas as liberações públicas para que sua arena fosse reformada. Até mesmo quando foi internado com problemas cardíacos, o dirigente recebeu visitas e até o então prefeito Gilberto Kassab para receber o alvará.



O Allianz Parque teve um custo aproximado de R$ 650 milhões, com a verba 100% proveniente da iniciativa privada. O estádio tem capacidade para 43.600 pessoas em jogos de futebol e de até 55 mil pessoas em grandes shows. A WTorre, que bancou a obra, poderá explorar comercialmente o local por 30 anos. O Palmeiras, por sua vez, tem 100% da renda de seus jogos, não gasta com manutenção do estádio e tem direito a partes crescentes das receitas até o fim da parceria.